Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Cada vez mais sexo na telinha

De acordo com estudo realizado pela Fundação Kaiser Family, a quantidade de cenas de sexo exibidas na televisão americana dobrou desde 1998 e o número de programas que divulgam mensagens de ‘sexo seguro’ aumentou, em comparação a sete anos atrás.

Em 1998, o estudo contabilizou 1.900 cenas com conteúdo sexual. Este ano, este número aumentou para 3.800, em 1.100 programas. Vicky Rideout, vice-presidente da fundação, afirma que o número de programas que incluíram uma mensagem sobre os riscos e responsabilidades do sexo é ainda muito pequeno e manteve-se estável desde 2002. Aproximadamente 14% dos programas com conteúdo sexual também exibiram discussões sobre contracepção, sobre esperar para ter relações sexuais e outras mensagens sobre ‘sexo seguro’. ‘Autores e produtores estão vendo que eles podem colocar no ar este tipo de mensagem de uma maneira que ainda funcione como entretenimento e que não os prejudique em relação à audiência. Nós sabemos, através de pesquisas, que isto faz uma verdadeira diferença para as crianças assistindo’, afirmou Vicky.

A pesquisa revelou que 70% dos programas incluíram conteúdo sexual, em uma média de cinco cenas de sexo por hora – o que representa três cenas a mais por hora do que em 1998. A proporção de programas com conteúdo sexual no horário nobre nas maiores redes de televisão – ABC, NBC, CBS e Fox – também aumentou: oito em cada 10 programas ou 77% deles incluíram conteúdo sexual. Este número representa 67% a mais do que em 1998.

Organizações de crítica de mídia alegam que há muito sexo na televisão no horário em que crianças estão assistindo à TV. ‘Crianças que têm constante exposição ao conteúdo sexual tornam-se sexualmente ativas mais cedo’, afirmou Tim Winter, diretor-executivo da Parents Television Council (Conselho de Pais na Televisão), organização que monitora a TV nos EUA.

No entanto, o TV Watch, grupo americano de controle da programação televisiva que recebe financiamento da indústria do entretenimento, alega que há ferramentas que podem ajudar os pais a selecionar o que os filhos podem assistir. ‘São os pais que tomam as melhores decisões sobre o que é apropriado para sua família assistir e são eles que têm as ferramentas para executar suas decisões’, explica Jim Dyke, diretor-executivo do TV Watch, que afirma que adolescentes passam uma média de três horas por dia diante da televisão.

O estudo da Fundação Kaiser Family examinou uma mostra da programação semanal dos canais ABC, CBS, NBC, Fox, WB, PBS, Lifetime, TNT, USA Network e HBO. Segundo definições do estudo, conteúdo sexual enquadraria desde discussões sobre sexo a cenas envolvendo de beijos a relações sexuais. A Fundação é uma organização sem fins lucrativos que estuda questões de cuidado com a saúde. Informações de Jennifer C. Kerr [AP, 9/11/05].