Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Caso de fotógrafa assassinada é reaberto

Tribunal de apelações iraniano ordenou a reabertura do caso da morte da fotojornalista Zahra Kazemi após pressões da família dela e do governo do Canadá. Zahra, de cidadania iraniana e canadense, foi presa em julho de 2003 quando fotografava uma manifestação pró-democracia em frente à penitenciária de Evin, no Teerã. Ela morreu em um hospital militar pouco tempo depois, ainda sob custódia do Estado.

No ano passado, em um julgamento bastante tumultuado, o agente Muhammad Reza Aghdam Ahmadi foi inocentado pelo assassinato da fotojornalista. A advogada e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi, que representava a família de Zahra, aplaudiu o veredicto, pois acreditava que mais pessoas estivessem envolvidas no assassinato e receava que Ahmadi pudesse ser apenas um bode-expiatório. A família de Zahra quer que a justiça intime duas testemunhas-chave para o caso: o temido promotor-chefe do Teerã, Said Mortazavi, que pode ter participado de interrogatórios sofridos pela fotojornalista na prisão, e o ministro da Saúde, Masud Pezeshkian, que viu seu cadáver.

As relações entre Irã e Canadá ficaram estremecidas depois que o governo iraniano recusou ceder o corpo da fotojornalista para ser autopsiado em Ottawa. O caso é rodeado de mistérios. Zahra morreu por uma hemorragia cerebral, que inicialmente foi atribuída, pelo judiciário do Irã, a uma queda acidental. Uma investigação posterior atestou que ela teria sido atingida na cabeça. Um médico que examinou seu corpo afirmou ter encontrado indícios de tortura e estupro. Zahra tinha o crânio fraturado, dedos quebrados, unhas arrancadas, um dedo do pé e o nariz esmagados. Informações de Nazila Fathi [The New York Times, 17/11/05].