A organização Repórteres Sem Fronteiras condenou em seu sítio [01/12/05] uma operação feita por agentes do governo e paramilitares cubanos em 22/11 na qual intimidação e força foram usadas para evitar que participantes de um workshop de treinamento para jornalistas independentes comparecessem à festa de encerramento do curso. ‘Condenamos este ato dirigido a jornalistas e futuros profissionais, cujo único crime foi receber treinamento fora de canais oficiais e querer promover uma imprensa livre e de qualidade em Cuba’, declarou a organização.
Os estudantes Feliberto Pérez e Julio Sánchez receberam visitas de membros de grupos paramilitares em suas residências e foram ameaçados caso saíssem de casa. Alexander García Mujica, editor da agência de notícias Villa Blanca Press, e Félix Reyes Gutiérrez, da agência de notícias Cubanacán Press, também foram forçados a permanecer em casa. Reyes ficou sob vigilância de membros do Partido Comunista e seu telefone foi confiscado. Alejandro Tur Valladares, editor da agência de notícias Jagua Press e membro do quadro de treinamento, e o estudante Francisco Blanco Sanabria foram presos quando deixavam suas casas e levados ao escritório do Partido Comunista, onde permaneceram por seis horas.
Guillermo Farinas, editor da Cubanacán Press e organizador do curso, recebeu uma visita de três militares na véspera da festa, que lhe informaram que treinamentos independentes não seriam mais tolerados. O workshop foi organizado pelo Fórum de Estudos Sociais Marta Abreu e pelo Instituto Livre Cultural de Santa Clara, fundado em 2001 pelo jornalista independente Omar Moíses Ruiz Hernandéz, preso em 2003 e condenado a 18 anos de prisão.