Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Notícias que fizeram a história da Aids

A Agência de Notícias da Aids, em parceria com o jornal O Estado de S.Paulo, vai inaugurar no dia 1º de dezembro (quinta-feira), Dia Mundial de Luta contra a Aids, a exposição ‘As notícias que fizeram a história da Aids’, no saguão do Conjunto Nacional, Avenida Paulista, 2.073, São Paulo-SP. A exposição será aberta às 18h.

Ao todo, 50 notícias retratarão os principais momentos da trajetória da Aids nos diferentes meios de comunicação nas duas últimas décadas. Serão destacadas reportagens que, de alguma forma, mudaram conceitos, caminhos e a convivência com a pandemia nos anos 80, 90 e atualmente, além de manchetes, textos, capas de revistas e fotos da cronologia da Aids no campo científico, no ativismo e na construção da resposta brasileira à doença. Os primeiros casos de Aids noticiados em 1981, a disputa dos cientistas americanos e franceses para obter direitos da descoberta do vírus, as previsões apocalípticas sobre o crescimento do HIV, as afirmações de que a Aids se tornaria epidemia mundial, a chegada dos primeiros medicamentos e, posteriormente, o uso de coquetéis.

Os visitantes encontrarão também reportagens sobre as ações contra o preconceito, as mobilizações da sociedade civil em torno de casos de repercussão, como o da menina Sheila Cortopazi, de 5 anos, que teve, em 1992, sua matrícula recusada numa escola privada. Também em destaque personalidades e formadores de opinião assumindo a doença publicamente e lutando contra ela, como o jogador de basquete americano Magic Johnson, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, o cartunista Henrique de Souza Filho, o Henfil.

Sem preconceito

Na seleção de notícias, a jurisprudência brasileira em vários casos de contestação de direitos legais, a posição da igreja, as campanhas publicitárias com erros e acertos. E ainda as mudanças de definição, de grupo de risco para comportamento de risco, e deste conceito para ‘vulnerabilidade’, que ajudaram no trabalho preventivo e na construção das políticas públicas.

O trabalho de pesquisa foi feito pela jornalista Jeanne de Castro. A editora-executiva da Agência de Notícias da Aids, Roseli Tardelli, que criou o projeto, disse que a exposição quer contribuir para que todos, ‘imprensa e sociedade civil, olhem a exposição e reflitam sobre seu papel ao longo das duas décadas da existência do HIV no mundo’.

Segundo dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o Brasil tem atualmente 165 mil pessoas que recebem medicação para combater o vírus.

O 1º de dezembro de cada ano é o Dia Mundial de Luta contra a Aids, data criada em outubro de 1987 em Assembléia Mundial de Saúde, com apoio oficial da Organização das Nações Unidas. No Brasil, a data passou a ser celebrada a partir de 1988, por decisão do Ministério da Saúde. Em cada edição é definido um tema central de trabalho. Neste 1º de dezembro é ‘Aids e racismo – o Brasil tem que viver sem preconceito’.