PERFIL / NELSON TANURE
Obra de Maluf. Foi Tanure que não fez
‘Uma área de 170 mil metros quadrados num bairro de classe média de Araraquara abriga um cenário de filme de época dos tempos de glória das ferrovias paulistas. Ao lado do outrora imponente clube da Ferroviária de Araraquara, hoje abandonado, espalham-se 6 galpões de 8 mil metros quadrados cada um, compondo o que foi a prestigiosa oficina de trens da cidade. Todos brancos, com exceção de um, amarelo, como a indicar que algo de exótico se esconde ali. E de fato se esconde.
No interior do galpão amarelo, cujo acesso é vedado pela segurança da Brasil Ferrovias – a empresa privada que comprou a malha ferroviária paulista em 1998 -, descansam, há 18 anos, 1.743 caixotes, com peças de 23 locomotivas, subestações de energia elétrica e rede aérea de cabos. Não se pode ver a olho nu, mas, debaixo do pó dos caixotes e peças espalhadas pelo chão, além dos cerca de US$ 500 milhões que foram enterrados no negócio, estão as impressões digitais de Nelson Tanure, o empresário que tenta comprar a Varig.
A história do trem-fantasma de Araraquara começou em julho de 1974, quando Paulo Maluf, secretário de Transportes de São Paulo no governo Laudo Natel, foi a Paris captar recursos para as ferrovias do Estado.
Em fevereiro de 1975, o deputado Delfim Netto, então embaixador do Brasil em Paris, assinava empréstimos com o Crédit Lyonnais e o Banco Francês de Comércio Exterior, no valor de US$ 145 milhões, para financiar parte de um plano de remodelação dos serviços de trens suburbanos de São Paulo em integração com o metrô. Naquele ano, por coincidência, Tanure, aos 23 anos, estava em Paris. O mundo vivia sob o choque do petróleo, desencadeado, em 1973, pela guerra do Yom Kipur, entre Israel e seus vizinhos árabes. A Ferrovia Paulista S/A (Fepasa) via nas locomotivas elétricas uma válvula de escape para a pressão do preço do diesel. O que era inicialmente um negócio de trens suburbanos foi incorporado, em julho de 1975, a um ambicioso plano de modernização e eletrificação da Fepasa, que passaria a incluir transporte de carga.
Com aval do Banco Mundial, o plano exibia cifras de US$ 1,3 bilhão. A parte parisiense do negócio foi orçada em US$ 375 milhões. De acordo com a revista britânica especializada Railway Gazette International, o Brasil se prontificava a comprar os trens mais caros do mundo. Thomaz Magalhães, o secretário de Transportes que sucedeu Maluf no governo Paulo Egydio Martins, chamou o contrato de ‘lesivo’, renegociou o valor para US$ 265 milhões e a Fepasa seguiu adiante com seus planos grandiosos de eletrificação.
Em maio de 1980, agora com Delfim Netto como ministro do Planejamento e Maluf como governador, a Fepasa assinou novo contrato, no valor de US$ 506 milhões, com um Consórcio Brasileiro Europeu, encabeçado pela Engenharia e Máquinas S/A (Emaq), do Rio. O negócio previa o fornecimento de 80 locomotivas de carga, 27 subestações (que alimentam as redes aéreas) e a eletrificação de 800 quilômetros entre Uberaba e Santos.
O equipamento teria componentes franceses, suíços, alemães e brasileiros. Entre os franceses, estava a GEC Alsthom, com a qual Tanure teve negócios nos anos 80. Os europeus mandariam duas locomotivas-modelo e as peças para a Emaq montar as outras 78. Do valor total, US$ 326 milhões eram destinados a pagar equipamentos construídos pela indústria nacional e US$ 180 milhões, para os europeus.
DESVIO
O dinheiro do empréstimo internacional, no entanto, foi desviado para outros fins, como era comum naqueles tempos. Dos US$ 326 milhões que entraram para a Fepasa, o Banco Central reteve US$ 302 milhões, em amortização de dívidas da companhia. O negócio começou a sair dos trilhos em agosto de 1983, quando a Fepasa pediu o reescalonamento das parcelas do financiamento e um crédito suplementar para pagar os equipamentos.
Em outubro de 1984, foi a vez de José Serra, secretário de Planejamento de Franco Montoro, ir a Paris. Hoje prefeito de São Paulo, ele se reuniu com Edith Cresson, ministra do Comércio Exterior na época, conseguiu rolar os US$ 180 milhões destinados aos europeus e ainda arrancar mais US$ 50 milhões de empréstimo. A Fepasa e seu plano de eletrificação se converteram num saco sem fundo. Em 1985, o BNDES liberou US$ 215 milhões para a companhia retomar o projeto. Mas a Emaq, que, segundo a Fepasa, recebera R$ 126,6 milhões (em valor corrigido) para montar as locomotivas, entrou em concordata e não fez sua parte.
Nessa época, Tanure, um especialista em empresas arruinadas, interessou-se pela Emaq. Em setembro de 1987, chegou o primeiro – e único – lote de 23 locomotivas para serem montadas, e falava-se em um plano de recuperação da empresa, que prometia cumprir o contrato. Tanure formalizou a compra da Emaq em 1988. As locomotivas continuaram nos caixotes.
Em 1991, a Fepasa parou de pagar o consórcio europeu, que por sua vez parou de fornecer as peças. Até hoje, as duas locomotivas-modelo – a única coisa que se move nesse negócio de US$ 500 milhões – rodam num trecho de 100 quilômetros da Brasil Ferrovias, na região de Campinas. No restante da malha paulista, não há rede aérea, e predominam locomotivas a diesel.
O escândalo chamou a atenção do PT. O então deputado estadual José Dirceu o denunciou no fim de 1990. Em abril de 1992, Antonio Palocci, também deputado estadual, foi vistoriar as locomotivas. Por requerimento seu, o então presidente da Fepasa, Walter Bodini, foi chamado a dar explicações na Assembléia.
Palocci, hoje ministro da Fazenda, entrou também com representação no Ministério Público contra as autoridades que participaram do negócio. Deu em nada.
Tecnicamente, as locomotivas pertencem à Rede Ferroviária Federal, que absorveu a Fepasa antes de vendê-la, em 1998. Não valeria a pena tentar montá-las hoje: sua bitola é de 1 metro, enquanto a maioria dos trilhos é de 1,60 metro, e a rede elétrica foi desativada.
Empresário nega que recebeu para montar locomotivas
O empresário Nelson Tanure negou, por meio de sua assessoria, que a Emaq tenha recebido dinheiro para montar as locomotivas. A afirmação foi feita pela Fepasa, em 1992, quando o então deputado Antonio Palocci convocou o presidente da empresa, Walter Bodini, a prestar esclarecimentos na Assembléia. A Fepasa informou ter pagado Cr$ 67 bilhões em valores atualizados para abril de 1992, o que representa, hoje, R$ 126,6 milhões.
Tanure informa ter comprado a Emaq em 1988. Em entrevista a O Globo, em agosto de 1994, ele contou quando surgira seu interesse pelo setor naval: ‘Quando me foi oferecida a Emaq, em 1986. A empresa tinha quebrado. Passei meses estudando os problemas e achei que por trás daquilo tinha um bom negócio.’ Em novembro de 1987, o então gerente administrativo da Emaq, Artur Ferreira, informou que já tinha 10 chassis prontos para montar as locomotivas, e outros 20 em fase de acabamento. A informação suscitou esperanças na Fepasa de que as locomotivas entrariam em operação em 1989. Sob Tanure, a coisa não andou.
Tanure confirma que estava em Paris em 1975, segundo ele, estudando francês por 6 meses. Mas garante que não freqüentava a embaixada nem teve relação com o contrato assinado naquele ano. Delfim Netto não retornou as ligações do Estado.’
TIME
EM CRISEDavid Carr
Em crise, ‘Time’ corta alto escalão, do The New York Times
‘A Time Inc. sempre foi a General Motors da indústria das revistas. Uma grande companhia com apelo de massa, editora de marcas olímpicas como Time, Life e Money, ela foi ao mesmo tempo uma testemunha e um símbolo da força americana que encontrava uma maneira, ano após ano, de criar produtos que os consumidores queriam.
Com mais de 150 publicações, a Time Inc. ainda é a General Motors da indústria das revistas – mas isso, é claro, passou a significar algo diferente. A companhia fundada por Henry Luce enfrenta mudanças profundas e de longo prazo no mercado e um ciclo publicitário estagnado que fazem a aristocrática empresa lutar para atingir suas metas, reorganizar-se aos trancos e, na semana passada, cortar alguns de seus recursos humanos mais preciosos.
Ann S. Moore, presidente e executiva-chefe da Time Inc., agiu com rapidez surpreendente, mirando em chefes mais que em subalternos, pois é ali que o dinheiro está. Jack Haire, diretor de vendas corporativas e empregado da companhia por 28 anos, foi embora, assim como Richard Atkinson, um ex-diretor financeiro que chefiava o grupo de notícias e informação. Eileen Naughton, presidente da revista Time e uma das jovens estrelas ascendentes no setor, teve de sair, acompanhada por alguns outros executivos em ascensão.
Na área editorial, os chefes das sucursais da revista Time em Moscou, Pequim, Seul e Tóquio foram cortados; para cobrir o custo de sua demissão em 2005, a companhia precisou mandar embora gerentes que não tinham proteção sindical. Ao todo, saíram pelo menos 105 pessoas, de um total de 13 mil – número não muito grande, mas outros cortes estão a caminho.
É um mau momento para a mídia impressa em geral mas, na Time Inc., as revistas que dependem dos leitores homens estão em situação particularmente difícil: a Time está em queda de 14,2% em páginas de anúncios em relação a 2004, enquanto a Sports Illustrated cai 18,5% e a Fortune 10,5%. Em agosto, Don Logan, presidente do grupo de mídia e comunicações da Time Warner, matriz da Time Inc., notou que uma divisão que ele chefiara – e conseguira crescimento de lucro por 14 anos consecutivos – parecia afundar. Ele enviou um aviso a Moore, com palavras duras, lembrando que ela precisava atingir suas metas.
Moore respondeu às más notícias e à pressão nomeando Nora McAniff e John Squires, dois vice-presidentes executivos com habilidades editoriais muito diferentes como co-diretores operacionais e eliminou as camadas gerenciais sob eles. ‘A companhia estava muito pesada no topo’, disse Moore. ‘Você acredita que só as pessoas mais fracas são afetadas numa reorganização, mas este não foi o caso aqui. Estas eram boas pessoas, com quem trabalhei por anos, mas o objetivo é eliminar aquilo que não faz mais sentido.’ Os repórteres – eu incluído – escreveram durante anos sobre as múltiplas camadas de gerenciamento da Time Inc.: por que uma única revista deveria ter um presidente, um editor e um executivo encarregado das vendas?
O que Moore vende como determinação – ‘Esperei o quanto pude para que as pessoas fizessem as mudanças necessárias’ – na verdade carrega um substancial traço de pânico. Há apenas seis meses, tanto Haire quanto Atkinson receberam boas promoções. Hoje Moore conta com um grupo de executivos leal e forte, mas a demissão de Haire não deixou ninguém feliz. ‘Lamentamos muito a perda de Jack. Muito’, disse Moore. ‘Mas este é o preço que estamos pagando pela aplicação de um plano de gerenciamento.’
Moore cometeu um erro de cálculo, acreditando que Haire aceitaria um cargo mais baixo na companhia. Ele não tinha interesse. Ela agora entra em 2006, que parece outro ano miserável para o setor, sem um dos mais talentosos vendedores de anúncios na área. Wall Street – e, recentemente, Carl C. Ichan – nunca ligaram muito para a Time Inc., mas sempre admirei a companhia. Num setor onde as empresas distribuíam suas revistas de graça numa disputa frenética por publicidade, a Time Inc. sempre ganhou dinheiro com sua circulação. Suas revistas em geral jogaram limpo, especialmente na cobertura do fracasso da própria matriz na fusão com a AOL.
‘Estou cansada de todas essas pequenas apostas que temos apresentado’, disse Moore. ‘Somos grandes e precisamos de grandes apostas. Acho que, à medida que ganhamos mais camadas, nossa cultura se tornou mais avessa ao risco.’ No entanto, embora tenha feito muito pela companhia, ela não tem se mostrado capaz de conduzi-la nesses tempos difíceis. Por enquanto, não há nenhum trunfo. Não há nenhuma Real Simple ou InStyle sendo planejada, e a tentativa de ressuscitar a Life como um suplemento semanal foi um fracasso.
Diante da realidade atual, Moore visitou executivos experientes da companhia um a um, perguntando se eles tinham um minuto. Não existe um modo agradável de despedir pessoas, mas alguma coisa não correu bem. Atkinson, que trabalhara na companhia por 14 anos, foi escoltado para fora do prédio, embora tenha voltado no dia seguinte.
As concorrentes, que poderiam ficar felizes com as dores da gigante, pareceram temer que seu setor estivesse ruindo a partir de cima. Os dois líderes do setor com quem conversei – eles não quiseram ser identificados, temendo dar a impressão de tirar vantagem do azar dos outros – usaram a mesma palavra: assustador.’
INTERNET
O Estado de S. Paulo
Fundadores do Google, homens do ano do ‘FT’
‘Sergey Brin e Larry Page, fundadores do Google, site de busca na internet, foram eleitos homens do ano 2005 pelo diário econômico Financial Times (FT), que justificou a escolha pelo impacto que o site teve no mundo dos negócios e da tecnologia. Os outros candidatos ao título eram o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, e o presidente da Ucrânia, Victor Yushchenko. Brin e Page, ambos com 32 anos, fundaram o Google há 7 anos, quando eram alunos da Universidade de Stanford – que tiveram de abandonar para tocar os negócios. Este ano, a empresa foi avaliada em US$ 130 bilhões, o que a situa no nível da gigante tecnológica IBM e logo atrás de Microsoft e Intel. Agora, os sócios pretendem melhorar e incrementar a oferta do Google. Um dos projetos é comprar a America Online e, dessa forma, se associar à Time Warner, o que daria à empresa de entretenimento a oportunidade de capitalizar a publicidade veiculada pela internet. A Google , que já detém 5% das ações da AOL, propõe investir US$ 1 bilhão na empresa e fazer uma oferta pública de ações (IPO) a partir de 2008.’
TELEVISÃO
TV Cultura concretiza o sonho da TV pública
‘A recuperação da TV Cultura ainda não está concluída, mas seus resultados já são percebidos pela maioria esmagadora dos telespectadores, conforme indicam pesquisas dos institutos independentes Data Folha e Marplan. Além da qualidade crescente da programação, as mudanças já alcançam a infra-estrutura das rádios e da TV, com a digitalização, e transformam o estilo de gestão administrativa e financeira da Fundação Padre Anchieta, entidade mantenedora das emissoras.
Em paralelo ao trabalho de renovação, a TV Cultura quer tornar-se, realmente, uma TV pública. Que significa isso? O conceito não é novo, mas ainda pouco compreendido no Brasil. Uma emissora de televisão pública não se confunde com TV estatal nem com comercial. E vai muito além da televisão educativa, que é uma forma de escola virtual, pois busca total independência em relação ao mercado, ao governo, aos partidos, ideologias ou religiões. Sua programação – em especial, seu jornalismo – visa à formação da cidadania, à defesa do interesse público, ao desenvolvimento da democracia e da capacidade crítica da sociedade.
Tudo começou a mudar na Fundação Padre Anchieta a partir da posse de Marcos Mendonça no cargo de presidente executivo da entidade, em junho de 2004. Que diferença entre a situação atual e o cenário do primeiro semestre de 2004, quando a TV Cultura corria até o risco de sair do ar. As transformações mais visíveis ocorreram na qualidade da administração, no equilíbrio econômico sustentável, na geração de receitas, na racionalização dos custos, na nova programação, na modernização tecnológica, na digitalização do acervo e da infra-estrutura das emissoras. Com isso, a TV Cultura se torna uma opção de alto nível para crianças, jovens e adultos.
‘O primeiro desafio que enfrentei ao assumir a presidência da Fundação – conta Marcos Mendonça – foi arrumar a casa. Do ponto de vista financeiro, tínhamos um déficit de R$ 7 milhões no primeiro semestre de 2004 e a previsão era terminar o ano com um desequilíbrio de R$ 22 milhões, que poderia ser ainda maior, com as obrigações trabalhistas pendentes. Ao final do ano, conseguimos não apenas superar o déficit mas até gerar um superávit.’
Esse equilíbrio foi alcançado graças à profunda reformulação administrativa, ao aumento das receitas de publicidade e de patrocínios, aos serviços de terceiros e ao apoio do governo do Estado. Na área da prestação de serviços, a Fundação tem sido contratada por entidades públicas e privadas para campanhas específicas, como, por exemplo, a campanha eleitoral de 2004, com a Justiça Eleitoral, e a do referendo sobre o comércio de armas, de 2005.
ACERVO DE 37 ANOS
O maior patrimônio da TV Cultura, acumulado ao longo de quase 37 anos de existência, é, sem dúvida, seu acervo, com mais de 100 mil horas de programação. É preciso transformar esse patrimônio ao mesmo tempo em fonte de receita e difusão cultura. Com a digitalização, a TV Cultura deverá ampliar a comercialização desse rico material, que inclui cursos, documentários, shows, concertos, reportagens e entrevistas históricas, como as do Roda Viva. Os equipamentos para a digitalização já estão em plena utilização. A prioridade é digitalizar todos os programas que vão sendo comercializados e aqueles produzidos ou editados para ir ao ar.
A área de licenciamento de programas, tanto de direito autoral como de imagem, ganhou novo impulso com o lançamento de uma linha de produtos próprios. Marcos Mendonça diz que a TV Cultura comercializa hoje 1.060 produtos. Um exemplo da agilidade e do profissionalismo alcançado foi a entrega, em menos de 24 horas, às livrarias paulistas de mais de mil DVDs da entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson ao Roda Viva, para comercialização.
PERCEPÇÃO
O público telespectador já percebe as mudanças e, em especial, a qualidade crescente da programação, conforme revelam duas pesquisas dos institutos Data Folha e Marplan. Além de ser uma boa opção para as camadas de menor renda e para o público infantil, a TV Cultura é, de longe, a preferida do público de maior nível cultural, que considera sua programação de alta qualidade, só superada pela Rede Globo, segundo a pesquisa do Data Folha.
A TV Cultura tem hoje 40 novos programas. A capacidade de produção diária da emissora, que era de três horas por dia em junho de 2004, em especial de telejornalismo, passou para 14 horas por dia, com novos programas infantis, música, teatro, cursos e documentários.
E na nova grade de programação, os melhores programas tradicionais estão sendo reformulados no seu visual e no seu conteúdo. Para garotada, além dos melhores desenhos, a TV Cultura oferece programas premiados como o Castelo Rá Tim Bum, o Cocoricó e muitos outros. Na linha para adultos, além do Roda Viva, tenho minhas preferências pessoais, como os programas de música, que ganham muito mais espaço na emissora, e novos programas como Sr. Brasil, com Rolando Boldrin, o de entrevistas de Silvia Popovic, ou o Planeta Cidade com Cesar Giobbi, sobre São Paulo. Áreas como meio ambiente, literatura, esportes e até o humor ganharam mais espaço e novas opções.’
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O Estado de S. Paulo
Sábado, 24 de dezembro de 2005
CHINA
Jim Yardley
Colaborador do ‘NYT’ na China é indiciado, do The New York Times
‘Um colaborador chinês do jornal The New York Times em Pequim foi indiciado ontem por revelar segredos de Estado e também por uma acusação menor de fraude – os investigadores alegam que ele aceitou dinheiro para escrever um artigo para um jornal chinês. O julgamento deve começar em seis semanas, disse seu advogado.
O pesquisador, Zhao Yan, de 43 anos, passou 15 meses na prisão sem nenhuma audiência legal. Zhao, que negou todas as acusações, poderá pegar uma pena mínima de 10 anos de prisão.
‘Para colegas e familiares de Zhao Yan, isso é profundamente desalentador’, disse Bill Keller, o diretor executivo do Times. Em outubro, Keller tentou influenciar o chanceler chinês em favor de Zhao durante visita a Pequim. ‘Não vimos evidências de que ele seja culpado de nada exceto de praticar um jornalismo honesto’, disse Keller.
A prisão de Zhao está diretamente relacionada a um artigo publicado no Times em 7 de setembro de 2004, revelando que o ex-presidente chinês Jiang Zemin havia se oferecido para abandonar seu último posto na liderança como comandante das forças militares.
O Partido Comunista, que governa o país, é extremamente sensível a qualquer notícia envolvendo seus principais dirigentes.
A prisão de Zhao provocou uma condenação internacional generalizada. Este mês, o presidente George W. Bush incluiu Zhao numa lista de casos preocupantes de direitos humanos que ele entregou ao presidente chinês, Hu Jintao, durante a reunião que tiveram em Pequim.
Há cerca de duas semanas, a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras nomeou Zhao jornalista do ano.’
PUBLICIDADE
Anúncio só depois das 21 horas
‘A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está estudando restringir a propaganda de refrigerantes, salgadinhos, sorvetes e outros alimentos que contribuem para obesidade, e já encontra resistência. O Conselho de Auto-regulamentação Publicitária (Conar), convidado a participar do grupo de dicussão, acusa a agência de ir além de suas competências.
As propostas incluem restringir a publicidade de refrigerantes para depois das 21 horas. Outro idéia seria incluir frases de advertência por oito segundos em propagandas de sorvetes, sobremesas, lanches do tipo fast-food e salgadinhos no rádio e na tevê.
A Anvisa diz que as propostas ainda estão na fase inicial de discussão. Depois, se forem formalizadas, haverá consultas e audiências públicas. Só então, transformam-se em resolução.
Fazem parte do grupo de estudo o Conar, outros órgãos do governo, associações médicas e de defesa do consumidor. O Conar se sente em minoria para defender a posição da indústria e decidiu contra-atacar, divulgando uma notaem que classifica as idéiasde inconstitucionais, lesivas ao direito do consumidor e à liberdade de expressão comercial.
‘As resoluções acarretarão dramática retração dos investimentos em publicidade e medicamentos de venda livre, alimentos em geral, refrigerantes, bebidas alcoólicas e não alcoólicas’, diz a nota. A Anvisa estuda também limitar a propaganda de medicamentos de venda livre, como analgésicos, e ainda mais a de bebidas alcoólicas, já restritas oa horário entre 23 horas e 6 horas.
O Conar questiona a legitimidade da Anvisa para legislar sobre esses assuntos, e recebeu o apoio do presidente da Câmara, Aldo Rebelo. Quinta-feira, ele disse que quem legisla sobre propaganda é o Congresso. ‘Recebi de publicitários a preocupação de que órgãos que acham que têm essa atribuição querem estabelecer censura prévia à propaganda. Quem legisla sobre propaganda é o Congresso, mas já aparece quem queira legislar no lugar’, disse Aldo.
As atuais restrições à propaganda de cigarros e bebidas alcoólicas foram criadas por projeto de lei. Já a regulamentação da publicidade de medicamentos é resolução da Anvisa, como a proibição de propaganda de alimentos dirigidos a crianças de menos de seis anos. A discussão agora é se a Anvisa pode legislar no caso de refrigerantes e afins.’
TELEVISÃO
Universal estréia séries e filmes
‘Com a repercussão da série de ficção The 4400 – que impulsionou a produção de outros seriados do gênero como Invasion, em cartaz na Warner -, o Universal Channel estreará, em março, a produção Surface, protagonizada pela atriz Lake Bell, que participou de Boston Legal.
Lake é a oceanógrafa Laura Daughtery, que tem a missão de desvendar o aparecimento de estranhos seres aquáticos.
Além dessa nova série, o canal, que recentemente mudou sua identidade e grade de programação, traz as novas temporadas das séries House, Monk – a vedete da emissora -, The 4400, Law & Order e Law & Order: Special Victims Unit. O original Law & Order é o seriado há mais tempo no ar na telinha e inicia sua 16ª temporada, no dia 9 de janeiro, às 23 horas. No primeiro episódio, o promotor Jack McCoy passa por cima de sua ética para salvar uma menina de 5 anos que foi seqüestrada.
BOURNE E ZORRO
O Universal Channel também incrementou seu pacote de filmes para o ano que vem e trará títulos como Identidade Bourne, Mar em Fúria, Legalmente Loira 2, Miss Simpatia, Como Perder Um Homem em 10 Dias, American Pie – O Casamento, Segundas Intenções e A Máscara do Zorro.
Para comemorar a chegada de 180 novos títulos, o canal prepara uma maratona com 13 longa-metragens, de 31 de dezembro a 3 de janeiro. A festa começa no último dia do ano, ao meio-dia com Ovelha Negra e termina no dia 3, à 1 hora, com Inimigos para sempre. Serão apresentados ainda Férias Frustradas em Las Vegas, Mickey Olhos Azuis, A Gaiola das Loucas, Legalmente Loira, O Diário de Bridget Jones, Eleição, Zoolander, Tá Todo Mundo Louco, ED TV, Austin Powers – 000 Um Agente Nada Discreto e Corra Que a Polícia Vem aí 2 1/2.’
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