Todos os jornais e articulistas, por mim lidos, demonstraram total apoio ao ‘Por que não te calas?!’ proferido pelo rei Juan Carlos da Espanha contra Hugo Chávez, no Chile. Pessoas que se consideram democráticas, ainda que discordem de seus interlocutores, devem ouvi-los e, sendo o caso, contradizê-los com a mesma veemência e vigor. Mandar calar e ausentar-se da discussão é postura de ditador e de quem não possui argumentos para o debate.
Não se pode esquecer, neste ponto, do princípio da tolerância, formalizado por Voltaire que, por outras palavras, pode assim ser sintetizado: discordo de suas idéias, mas lutarei até a morte para defender o seu direito de expressá-las. Aliás, para nós, brasileiros, esse princípio está assegurado no inciso IV do art. 5º da Constituição Federal. Se o rei divergiu do pensamento de Chávez, devia, em nome da democracia, ouvi-lo até o final e, em contestação, refutá-lo com palavras. Sendo o caso, poderia até processar o ‘ofensor’.
Não se está aqui a concordar com o pronunciamento do presidente da Venezuela; bem diferente, está-se a reprovar uma atitude absolutista, própria de censores que selecionam o que pode e o que não pode ser dito. Lamenta-se, assim, a atitude antidemocrática do rei de Espanha e de seus súditos brasileiros, quais sejam, uma imprensa colonizada e articulistas idem, obedientes e concordantes com a metrópole.
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Estou morando em Portugal e por aqui está uma indignação muito grande da comunidade africana com o programa do Jô Soares (vídeo disponível aqui). O video é algo impensável, não da para ver até o fim. Gostaria de saber se houve uma repercussão pública do caso no Brasil, se o Observatório tratou do assunto, se o movimento negro se manifestou. Sinto-me em débito com meus amigos africanos, especialmente os angolanos. Gostaria de ouvir que o programa foi amplamente repreendido, mas acho improvável que isto tenha acontecido. Aguardo uma manifestação de vocês sobre o assunto. (Andreia Moassab, urbanista, Lisboa, Portugal)
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Fiquei impressionado com o poder do Hulk, o Luciano da TV Globo. Fez um barulhão quando roubaram seu precioso Rolex, e agora a eficiente polícia brasileira já desfez todo o esquema. No domingo (18/11), o Fantástico deu destaque a matéria referente uma das maiores quadrilhas especializadas em roubar relógios de valor. É hora do assalto. É Deus no céu e a Globo na terra – ou no inferno, quem sabe!? (André Francisco Oliveira Silva, estudante, Teófilo Otoni, MG)
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Advogado, Cambará (PR)