A notícia sobre a venda de um pedaço do Grupo Abril ao fundo de pensão norte-americano Capital Group parece ter provocado tanto entusiasmo na redação do Estadão que chegou a ser repetida na mesma edição (08/07). Mas não por desatenção. Foi intencional, este é o aspecto grave.
Saiu com grande destaque no encarte pertencente ao Wall Street Journal (página B-14) e, com outra redação mas as mesmas informações, na última capa do caderno de Economia & Negócios (pág. B-16).
A repetição deve-se ao fato de que o jornalão ainda não conseguiu equacionar a convivência de um mini-caderno de economia com matéria importada do WSJ com o cadernão de economia, produzido pela equipe local e parte integrante do Estado de S. Paulo.
Como o material americano é encimado pelo logotipo The Wall Street Journal Americas e leva o selo de copyright da Dow Jones & Company, Inc., é intocável. Mas como o Estadão propriamente dito não poderia abrir mão de uma notícia importante, o leitor fica com a impressão de desleixo e desperdício de papel.
Questão de teimosia ou de soberania, a verdade é que um jornal dentro de outro é um convite para confusões.