Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Conselho Curador da TV Pública
decepciona ao incluir Delfim Netto

A TV Pública até agora vem sendo recebida com simpatia, a expectativa é positiva porque o telespectador cansou da fórmula oferecida pela TV comercial, quer algo diferente, mais palpitante.


Esta expectativa positiva foi quebrada na segunda-feira, quando o governo anunciou a constituição do Conselho Curador que vai supervisionar a nova rede.


Dos vinte nomes anunciados aquele que está provocando a mais intensa reação, verdadeira repulsa, é o do antigo czar da economia durante o regime militar, Antonio Delfim Netto.


A idéia de formar um Conselho Curador diversificado é boa, democrática, mas esta diversificação não pode ser desvirtuada ao se escolher para o comando de uma rede de televisão financiada por um governo democrático uma figura tão identificada com o autoritarismo e o desprezo pela liberdade.


Compreende-se que jornais e revistas do segmento privado tenham Antonio Delfim Netto como colaborador para atender aos seus interesses e gosto dos respectivos públicos, mas uma Rede Pública de TV tem compromissos maiores. Um desses compromissos é não pisotear o passado.


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Sinal preocupante


Luiz Egypto


O governo anunciou na segunda-feira (26/11) os quinze representantes da sociedade civil no Conselho Curador da Empresa Brasileira de Comunicação, a entidade que abrigará a nova TV Brasil.


Ao Conselho Curador caberá aprovar a política de comunicação e a linha editorial propostas pela diretoria, e zelar pelo cumprimento dos objetivos previstos na medida provisória que criou a TV pública, entre outras responsabilidades – inclusive a de deliberar sobre eventual voto de desconfiança a integrantes da diretoria da emissora. Além dos escolhidos, farão parte do conselho quatro ministros e um representante dos funcionários da TV Brasil.


A indicação dos nomes foi feita exclusivamente pelo Executivo, sem a participação de representantes do campo da comunicação. A notar que nenhum dos escolhidos tomou parte do Fórum Nacional de TVs Públicas, que se reuniu em maio último. Para uma emissora que se quer pública, o processo de escolha do seu Conselho Curador submeteu-se muito mais ao governo que à sociedade. O que, por todos os metros, não é um bom sinal.


 


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