Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Pentágono defende legalidade de sítios pró-EUA

Revisão interna do Pentágono concluiu que dois sítios militares americanos que pagam a jornalistas para escrever artigos e comentários apoiando atividades militares na Europa e na África não violam leis americanas ou normas do Pentágono, como informa Mark Mazzetti [Los Angeles Times, 29/12/05]. No entanto, um funcionário do Departamento de Defesa dos EUA afirmou, na semana passada, que estes sítios poderiam ser fechados para evitar a impressão de que representam uma atitude imprópria.

A investigação do Pentágono apontou que os dois sítios que tinham audiência concentrada nos Bálcãs e na região de Magreb, norte da África, estão de acordo com as leis americanas que proíbem propagandas não declaradas como tal, pois são claramente identificados como produtos do governo e mantidos sob vigilância de embaixadas dos EUA no exterior. Os sítios são administrados pelo Comando Europeu dos EUA, um dos cinco escritórios regionais do exército americano no mundo.

Mesmo assim, Lawrence DiRita, porta-voz do Pentágono, afirmou que estava preocupado que a prática de contratar repórteres para divulgar as atividades americanas poderia atrair críticas e conseqüências negativas para o papel do exército americano na opinião pública. DiRita informou que pediu ao Conselho de Segurança Nacional para considerar se outras agências americanas deveriam administrar os sítios ou se eles deveriam ser fechados.

Melhorar a imagem

O sítio dos Bálcãs foi criado pelo então presidente Bill Clinton em 1999, para deter a propaganda ofensiva sérvia durante a guerra do Kosovo. O da África foi criado em outubro de 2004, com o objetivo de melhorar a imagem dos EUA em uma região de fundamentalismo islâmico. Leis americanas proíbem que o Pentágono faça campanhas de propaganda em território americano. Embora os dois sítios sejam destinados a públicos estrangeiros, qualquer um com acesso à internet pode acessá-los.

Desde dezembro do ano passado, quando foi revelado que o exército havia contratado uma empresa para pagar jornais iraquianos em troca da divulgação de matérias positivas escritas por soldados americanos, o Pentágono vem se esforçando para melhorar sua imagem. Sobre este caso, o Pentágono informou que as investigações ainda não foram concluídas, mas que deveriam ser em breve.