Clyde Barrow, chefe do departamento de Política da Universidade de Massachusetts, quer que a instituição suspenda um estudante que inventou que foi interrogado por agentes federais por ter tentado pegar emprestado da biblioteca o Pequeno Livro Vermelho de Mao Tse-Tung, e reprima membros do corpo docente que espalharam a mentira.
Na sexta-feira (23/12), quando o estudante admitiu que havia inventado a história, Barrow afirmou que a universidade deveria puni-lo e fazer o mesmo com os dois professores de história que repetiram a declaração do estudante para um repórter do NewBedford Standard-Times.
A história, divulgada pelo jornal em 17/12, foi reproduzida em outros jornais, desencadeando debates em blogs de direita e de esquerda, e-mails entre membros da universidade, e chegando a aparecer em um artigo de opinião do Boston Globe escrito pelo senador Edward M. Kennedy. Em uma matéria do Globe que relatava a confissão da farsa, o porta-voz da universidade, John Hoey, afirmou que não havia planos de punir o estudante, não identificado publicamente, porque o incidente não estaria relacionado aos seus estudos – o que motivou Barrow, que até então não tinha envolvimento com o caso, a escrever um e-mail de reclamação para Hoey.
No entanto, Brian Glyn Williams e Robert Pontbriand, os dois professores de história que repetiram a declaração do estudante aos repórteres do Standard-Times, negaram que seus pontos de vista políticos interfiram em seu trabalho e em qualquer ação que eles tenham tido no episódio. Foi Williams quem primeiro contou ao jornal que seu ex-aluno havia lhe telefonado para comentar sobre a denúncia do polêmico programa de espionagem de cidadãos americanos autorizado pelo presidente Bush. Depois de expressar suas opiniões sobre a vigilância do governo, Williams contou ao repórter, ao fim da entrevista, sobre a suposta visita de agentes de segurança ao estudante. Isto, no entanto, acabou se tornando a parte central da matéria. Depois de o caso ter sido republicado por outros veículos, o professor resolveu checar a declaração e o estudante acabou confessando que havia mentido. Informações de Jonathan Saltzman [The Boston Globe, 29/12/05].