Ministros árabes condenaram o governo dinamarquês por falhar em repreender um jornal que publicou cartuns sobre o profeta Maomé. O Islã proíbe qualquer representação do profeta ou de Alá. O jornal Jyllands-Posten publicou uma série de 12 cartuns mostrando Maomé; em um dos desenhos, o profeta parece carregar uma bomba em seu turbante.
Na conferência da Liga Árabe no Cairo, os ministros afirmaram que os cartuns eram um insulto ao Islã, e disseram que a resposta do governo foi desapontadora, ‘apesar de seus laços políticos, econômicos e culturais com o mundo muçulmano’.
Em julho, membros da comunidade muçulmana dinamarquesa reclamaram com o primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen, sobre a maneira como a imprensa cobre o Islã. Na ocasião, o primeiro-ministro afirmou que não poderia dizer aos jornais e outros veículos de imprensa o que poderiam – ou não – publicar. Os representantes da Liga Árabe criticam também as organizações de defesa dos direitos humanos européias, que, segundo eles, não tomaram nenhuma posição clara sobre o assunto.
Após a publicação dos cartuns, houve protestos na Dinamarca e em países muçulmanos. O Jyllands-Posten insiste no direito à liberdade de expressão, e alega que tem o direito de publicar quaisquer palavras e imagens que quiser. O jornal afirmou, segundo nota da BBC News [29/12/05], que recebeu, junto com o cartunista, ameaças de morte.