A culpa é sempre dos outros, a mídia nunca veste a carapuça. Na quarta-feira (5/12), os jornalões espernearam contra o baixo desempenho de nossos alunos no ranking internacional de compreensão de leitura. Todos, sem exceção, caíram em cima das autoridades estaduais ou federais da área da educação.
O Estado de S.Paulo, seguindo a paranóia privatista, chegou a aventar a hipótese de que um ranking só com alunos da rede privada deixaria o país em 27º lugar, e não na vexatória 49º posição do conjunto de escolas.
A mídia não teria uma parcela de responsabilidade na incapacidade de nossas crianças e jovens em entender o que lêem? Alguém já abriu o Globinho, o Estadinho e a Folhinha, cadernos infantis dos sábados, para verificar a qualidade dos seus textos? E a Folhateen, das segundas-feiras, estimula os adolescentes a refletir sobre o que lêem ou é apenas uma convocação para modismos e consumismo juvenis?
A imprensa é uma importante ferramenta de fomento de leitura – o desleixo e a pobreza de seus textos vão aparecer lá adiante, na sala de aula. Conviria que treinasse um mea-culpa.