Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Tropa de Elite compete no Festival de Berlim

Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 11 de dezembro de 2007


TV BRASIL
Wilson Tosta


TV pública quer mudar Telecurso


‘O comando da TV Brasil, emissora pública de televisão recentemente criada pelo governo federal a partir da fusão da Radiobrás e das TVs Educativas do Rio e do Maranhão, quer mudar o Telecurso 2000, programa de educação à distância produzido pela Fundação Roberto Marinho (FRM), instituição ligada às Organizações Globo. O diretor-geral da TVB, Orlando Senna, revelou que pretende procurar a FRM para que o conjunto de aulas – veiculado antes pela TVE e agora pela nova televisão estatal – incorpore os avanços da tecnologia digital. A fundação informou oficialmente que já prepara nova versão do Telecurso, a ser lançada em março de 2008, mas se mostrou aberta a discutir as mudanças com a nova TV.


Será a primeira vez, desde que começou a ser exibida a primeira versão do programa, em 1978, que o Estado discutirá oficialmente com a FRM a forma e conteúdo das aulas que a rede oficial de emissoras levará ao ar. Em 2005 e 2006, a cobertura crítica da imprensa aos escândalos do governo, inclusive o do mensalão, irritou a cúpula do PT, dando argumentos à criação da TV pública. Nenhum dos lados, porém, fala em política.


Senna argumenta tecnicamente e repete que a emissora é independente do governo Lula. A FRM não demonstra preocupação e se mostra disposta a debater o assunto.


‘Está na hora de o Telecurso sofrer um banho de modernidade tecnológica’, disse Senna ao Estado. ‘Há muito tempo usa o formato atual. As novas tecnologias já nos permitem telecursos com mais aproveitamento. Temos também de examinar todo o conteúdo. Sabemos que pode ser melhorado.’


A gerente-geral de Educação da Fundação Roberto Marinho, Vilma Guimarães, disse ontem que a instituição ainda não fora procurada pela TV Brasil. ‘Mas vamos ficar muito felizes quando formos’, afirmou ela. ‘Tudo o que queremos é que o Telecurso chegue a mais brasileiros.’


Cobrindo da quinta série do ensino fundamental à terceira do médio, o Telecurso tem, atualmente, 1.300 aulas e mais de 60 livros. Conta com 27 mil telessalas implantadas em todo o País, 30 mil professores capacitados pela Fundação Roberto Marinho e 1.500 instituições parceiras, com 24 milhões de livros e 1,8 milhão de fitas distribuídas.’


 


CINEMA
O Estado de S. Paulo


Milão faz festa para o cinema brasileiro


‘A cidade de Milão recebe até sábado o melhor do novo cinema brasileiro. Além de debates, a mostra Brasil: Cinema Contemporâneo 2005-2007 leva ao público italiano filmes que têm elevado o cinema nacional à categoria de um dos mais ativos participantes em festivais internacionais. A mostra, organizada pelo Instituto Brasil-Itália de Milão (www.ibrit.it), exibe, entre outros, Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes; Boleiros 2, de Ugo Giorgetti; Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton; Os 12 Trabalhos, de Ricardo Elias; Eu me Lembro, de Egdard Navarro, entre outros. Gomes, Ratton e Navarro estarão presentes para participar de debates com o público.’


 


Tropa de Elite será exibido na Berlinale


‘O filme Tropa de Elite, de José Padilha, será exibido na sessão oficial do Festival de Cinema Internacional de Berlim, que será realizado entre 7 e 17 de fevereiro de 2008. Dentre os selecionados, além do brasileiro, estão na lista There Will Be Blood, de Paul Thomas Anderson, Lake Tahoe, do mexicano Fernando Eimbcke e Zuo You (In Love We Trust), do chinês Wang Xiaoshuai. A organização do festival apresenta Tropa de Elite como um filme que ‘explora a terrível influência do tráfico de drogas entre os habitantes mais pobres’. O filme mostra o cotidiano e o treinamento dos policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).’


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Reality de verão


‘Canal de videoclipes? Não, de reality show. Conhecido por sua programação musical, o Multishow resolveu apostar mais em outro segmento, o dos realities. O canal pago estréia no final de janeiro um novo programa do gênero.


Ainda sem nome definido, a atração, dirigida por Caetano Caruso (filho do ator Marcos Caruso), da produtora Mixer, mostrará o dia-a-dia de quatro jovens amigos , duas mulheres e dois homens, curtindo aventuras de verão em praias brasileiras. Coisas como aulas de surfe, baladas e afins. O clima é de comédia, com uma pitada de videocassetadas, uma vez que os participantes só se metem em encrencas.


As gravações devem ocorrer em Maresias, no Litoral Norte de São Paulo, e em praias do Rio e da Bahia.


O Multishow, que vem apostando em reality shows há algum tempo, obteve boa repercussão com o Retrato Celular.


Dirigida por Andrucha Waddington, a produção da Conspiração Filmes traz jovens brasileiros de diferentes regiões mostrando suas vidas por intermédio de celulares. O canal já analisa a possibilidade de realizar uma segundo edição do programa.’


 


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 11 de dezembro de 2007


CINEMA
Eduardo Simões


‘Tropa de Elite’ vai competir no Festival de Berlim


‘O filme ‘Tropa de Elite’, do diretor José Padilha (‘Ônibus 174’), está entre os oito primeiros títulos anunciados ontem para a seleção oficial do 58º Festival de Berlim, que acontece entre os dias 7 e 17 de fevereiro, na capital alemã. No fim do mês passado, o longa chegou a constar da lista de filmes em competição no Festival Sundance, mas acabou saindo.


‘A gente queria entrar em três festivais: Sundance, Berlim ou Cannes. A decisão dependia de por qual mercado optaríamos para abrir o filme, Europa ou Estados Unidos. Cannes é muito importante, mas achamos que Berlim tem uma conotação política que é melhor para o nosso filme’, diz Padilha, que poderá contar com a simpatia do politizado diretor Costa-Gavras, presidente do júri.


Até a semana passada, ‘Tropa de Elite’ havia feito um público de cerca de 2,4 milhões de espectadores. Padilha acredita que, se sair de Berlim com algum prêmio, os números tendem a melhorar. ‘O filme poderá ganhar novo fôlego no Brasil. Foi o que aconteceu com filmes como ‘Central do Brasil’ e ‘Cidade de Deus’. E somente o fato de entrar em competição já serve de base para o lançamento internacional’, afirma o diretor. Ainda sem previsão, a estréia do filme lá fora está nas mãos da distribuidora americana Weinstein Company.


Outros concorrentes


Outros seis concorrentes da Berlinale foram divulgados ontem. O americano Paul Thomas Anderson, vencedor do Urso de Ouro em 2000 com ‘Magnólia’, volta a Berlim com ‘There Will Be Blood’, estrelado pelo ator britânico Daniel Day Lewis. A produção recebeu três prêmios da Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles -melhor filme, diretor (Anderson) e ator (Day Lewis).


Participante das oficinas do Berlin Talent Campus em 2003, o diretor mexicano Fernando Eimbcke retorna ao festival, desta vez com seu segundo longa, Lake Tahoe’.


Estão ainda em competição os filmes ‘Gardens of the Night’, de Damian Harris, e estrelado por John Malkovich; ‘S.O.P. Standard Operating Procedure’, documentário de Errol Morris, vencedor de um Oscar da categoria em 2004, com ‘Sob a Névoa da Guerra’; ‘In Love We Trust’, do chinês Wang Xiaoshuai (‘Bicicletas de Pequim’), e ‘Kirschblüten -Hanami’, da alemã Doris Dörrie (‘Homens’).


O veterano diretor polonês Andrzej Wajda (‘Danton – O Processo da Revolução’), que já competiu em Berlim três vezes, e ganhou um Urso de Ouro em sua homenagem no ano passado, volta ao festival com seu último longa, ‘Katyn’, que será exibido fora de competição.’



ROSANE COLLOR
Eliane Cantanhêde


Madame anda falando demais


‘BRASÍLIA – Deveras instigante Rosane Collor falar ao repórter Alexandre Oltramari, da revista ‘Veja’, justamente neste momento de absolvição de Renan Calheiros, de troca-troca para aprovar a CPMF, de Senado ladeira abaixo.


Rosane falou muito, até sobre sacrifício de animais e outros rituais de magia negra na Casa da Dinda e arredores. Mas o principal não foi o que falou, foi o que não falou. Resposta às quatro últimas perguntas: ‘Não posso falar sobre isso’.


Sobre o que madame não pode falar? Sobre a origem do dinheiro de Collor, que lhe dava mesada de R$ 40 mil e mimos como um Porsche. Sobre o saldo de US$ 60 milhões da parceria Collor-PC Farias. Sobre eventuais contas secretas no exterior. Sobre o medo de retaliações.


Muita coisa mudou desde 1992, quando os caras-pintadas foram às ruas e o PT ainda era o PT. O Ministério Público, a Polícia Federal e a imprensa aprenderam bastante, e, de todas as frentes de investigações que selaram o destino de Collor, apenas duas não resistiram aos anos: as CPIs e a diligência petista.


As operações da PF, às vezes espalhafatosas, sempre com nomes sugestivos, prendem milhares nas mais diferentes áreas. O MP está tinindo. A imprensa investigativa não perdoa. Mas agora, como na época do impeachment de Collor, ninguém fica preso, e o dinheiro nunca aparece. Ganhou, ganhou.


Cadê o dinheiro do Collor? Do juiz Lalau? Do Maluf? Do Jader? As perguntas para Rosane foram bem claras: de onde veio o dinheiro, para onde foi, onde está? Ninguém sabe, ninguém viu. O gato comeu.


A história, inacreditavelmente, se repete. Motoristas, secretárias, caseiros e especialmente amantes e ex-mulheres continuam prestando enorme contribuição para elucidar crimes, quer dizer, para esclarecer dúvidas.


Mágoas e rancores são péssimos companheiros, mas há males que vêm para o bem. Conta, Rosane!’


 


EUA 2008
Sérgio Dávila


Estrela de TV impulsiona campanha de Barack Obama


‘A menos de um mês do primeiro teste oficial das eleições presidenciais norte-americanas, a assembléia partidária de Iowa do dia 3 de janeiro, Barack Obama provou que sua principal arma até agora parece funcionar. No domingo, ele e a apresentadora de TV Oprah Winfrey, uma das mais populares do país, colocaram 29 mil pessoas num estádio em Columbia, na Carolina do Sul.


O objetivo da dupla, já apelidada de ‘Oprah-bama’, é angariar votos entre os eleitores negros democratas daquele Estado, um reduto tradicional do ex-presidente Bill Clinton. A força da apresentadora de TV assustou a concorrência. Primeira colocada entre os pré-candidatos democratas, Hillary Clinton levou mãe e filha para o palanque no mesmo fim de semana. John Edwards, o terceiro, aparecerá com os atores Tim Robbins e Kevin Bacon.


A convocação das personalidades pelos comandos eleitorais marca um esforço final antes dos eventos de janeiro, a começar pelo ‘caucus’ de Iowa. Aquele Estado rural norte-americano tem pouco peso em votos no colegiado que escolherá os candidatos de ambos os partidos no segundo semestre, mas muito valor simbólico, por ser o primeiro do ano.


O senador negro já aparece em primeiro na pesquisa de intenção de votos locais mais recente, encomendada pela revista semanal ‘Newsweek’. Saltou seis pontos percentuais desde o último levantamento e está hoje com 35%, ante 29% da ex-primeira-dama, que no entanto mantém a liderança nacional (41,8%, ante 24% do senador negro, na média).


Mas o domingo, no comício mostrado pela TV a partir do estádio do time de futebol americano da Universidade da Carolina do Sul, era de ‘Oprah-bama’. Diante da platéia predominantemente negra e crescentemente entusiasmada, os dois lançaram mão de discursos de Martin Luther King Jr. e de trechos da Bíblia. ‘Olhe para o dia que o Criador nos deu’, disse Obama. ‘Sua graça divina nos trouxe até aqui’, emendou Winfrey.


‘Dr. King teve o sonho’, disse ela, referindo-se ao trecho mais conhecido do discurso mais famoso do ativista negro (1929-1968). ‘Mas nós não temos mais de apenas sonhar. Nós podemos votar para tornar esse sonho realidade.’ O público reagia a cada frase da apresentadora, conhecida por seu trabalho humanitário junto a minorias e por dar presentes à platéia de seu programa de TV.


Oprah Winfrey é a segunda mulher mais admirada nos EUA, segundo levantamento recente do Gallup. Só que a primeira é Hillary Clinton, que no momento do comício da dupla fazia o seu próprio em Des Moines, Iowa. Estavam ao lado dela a mãe, Dorothy Rodham, 88, e a filha, Chelsea, 27, que não falaram, mas ficaram o tempo todo ao alcance das câmeras.


‘Sempre digo que é melhor ir ao ‘caucus’ com um amigo’, disse Hillary, referindo-se àquele tipo de assembléia eleitoral. ‘Hoje, trouxe algumas amigas comigo.’ Nas últimas horas, as campanhas soltaram e-mails com apoio declarado de nomes de peso. Madonna vota em Hillary, Sidney Poitier vota em Obama, Chuck Norris vota em Mike Huckabee.


A movimentação voltou a levantar dúvidas sobre o peso real de celebridades na hora da urna. Pesquisa nacional feita em agosto pela emissora CBS mostrou que apenas um terço dos entrevistados mudaria seu voto a favor de Obama por conta do apoio anunciado naquele mês por Winfrey. Mas as pesquisas na Carolina do Sul, Estado em que 50% dos eleitores democratas são negros, colocam Hillary na frente, com 28%, ante 25% do senador.’


 


Platéia hispânica faz baixar tom antiimigrantes


‘Diante de uma platéia eminentemente hispânica e para uma audiência de TV em língua espanhola, a Univisión, os sete principais pré-candidatos republicanos à Presidência moderaram o discurso antiimigração que domina suas campanhas. O objetivo é tentar reverter a vantagem dos democratas no voto de 50 milhões de imigrantes e descendentes.


‘Quando as pessoas vêm para esse país, não deveriam ter medo’, disse Mike Huckabee, ex-governador do Arkansas, em debate no domingo à noite, na Flórida. A retórica foi outra em relação a dois alvos dos republicanos. Os sete citaram negativamente Hugo Chávez 17 vezes e o cubano Fidel Castro, 13.


O ex-prefeito Rudolph Giuliani mereceu aplausos ao dizer que repetiria a frase recente do rei espanhol Juan Carlos para Chávez: ‘Por que não se cala?’. Horas antes, havia sido menos eloqüente ao explicar por que a empresa de consultoria da qual é sócio prestava serviços para a Citgo, que representa nos EUA a estatal de petróleo venezuelana.’


 


CONRAD BLACK
Folha de S. Paulo


Ex-dono de ‘Daily Telegraph’ é condenado a 6 anos e meio de prisão


‘O ex-magnata da imprensa Conrad Black, 63, foi condenado ontem a seis anos e meio de prisão por fraudes e obstrução à justiça por um tribunal de Chicago, nos Estados UNidos. Ele ainda foi multado em US$ 125 mil e terá que devolver US$ 6,1 milhões. Ele deverá cumprir a pena em presídio federal no Estado da Flórida.


Black e os outros três acusados no mesmo processo foram considerados culpados, em julho, de fraudes por terem desviado milhões de dólares num esquema financeiro fraudulento na venda de ativos da Hollinger, que publicava jornais como o britânico ‘Daily Telegraph’ e o israelense ‘Jerusalem Post’.


Black foi condenado também por atrapalhar a justiça com o sumiço de caixas de documentos de seus escritórios na sede social da Hollinger, em Toronto, no Canadá, mesmo sabendo que os procuradores federais norte-americanos queriam o material.


Freqüentemente comparado ao personagem principal do filme ‘Cidadão Kane’, de Orson Welles, e conhecido por seu estilo de vida ostentoso, Black corria o risco de ser condenado a até 30 anos de prisão, de acordo com os procuradores.


Ele, que renunciou à cidadania canadense para entrar para a Câmara dos Lordes britânica, deverá cumprir a pena a partir de março do ano que vem e, antes de receber a sentença, afirmou sentir ‘arrependimento e tristeza profundos pelo enorme sofrimento causado a todos os acionistas’ da Hollinger depois que ele deixou o cargo. Mas ele não se desculpou por nenhum dos fatos ocorridos durante o período em que comandou a empresa.


Os problemas do empresário começaram em 2003, quando o conselho da Hollinger descobriu que ele e outros executivos teria se apropriado indevidamente de US$ 32 milhões em pagamentos. O júri ontem, no entanto, considerou que Black se apropriou de US$ 6,1 milhões -que é o valor que ele terá que devolver. Esse dinheiro, relacionado com a venda de publicações, deveria ter ido para os acionistas, e não para Black e os outros executivos.


‘O senhor violou os seus deveres com a Hollinger International e seus acionistas’, disse a Black a juíza do caso, Amy J. St. Eve. ‘Francamente, não consigo entender como alguém da sua estatura pode se envolver numa conduta como essa.’


Jack Boultbee, ex-diretor financeiro da Hollinger, e dois outros responsáveis do grupo, Peter Atkinson e Mark Kipnis também foram condenados.’


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Dupla do ‘Pânico’ terá programa na Record


‘Após contratar Vinicius Vieira, o Gluglu, e Carlos Alberto da Silva, o Mendigo, a Record tenta seduzir Rodrigo Scarpa, o Repórter Vesgo, e Wellington Muniz, o Ceará, todos integrantes do ‘Pânico na TV’.


Além de salários superiores aos pagos pela Rede TV! e rádio Jovem Pan, a Record está oferecendo aos humoristas um programa, e não apenas participações no ‘Show do Tom’, aos domingos. A Record também acena com melhores oportunidades de merchandising.


Independentemente da contratação de Scarpa e Muniz, o comitê artístico da Record já estuda possibilidades de programas para Vieira e Silva. Uma hipótese seria um humorístico nas noites de sábado, para concorrer com o ‘Zorra Total’.


Vieira e Silva devem estrear na Record em fevereiro, inicialmente com participações no ‘Show do Tom’. A Record conta com os personagens que eles interpretam no ‘Pânico’.


A contratação dos dois humoristas não era oficial até o início da tarde de ontem. A Record aguardava os dois notificarem a Rede TV! e a Jovem Pan para poder fazer o anúncio. O contrato foi assinado na última quinta-feira.


Vieira e Silva participaram normalmente do ‘Pânico na TV’ de anteontem, o último ao vivo deste ano. Para colegas de produção, eles não confirmaram a mudança para a Record. Disseram que apenas estiveram na emissora.


HIT DIGITAL Já está bombando no YouTube a primeira gafe em alta definição da TV brasileira. Na semana passada, a Rede TV! deixou ir para o ar o jornalista Marcelo Rezende tirando meleca do nariz. As imagens foram capturadas do sinal em HDTV da emissora. Para achá-las, basta digitar ‘TV digital’.


DESESPERO 1 A Band exibiu quase um minuto de ‘Jornal Nacional’, na última quinta, após o horário eleitoral. Oficialmente, não foi por vacilo, mas sim por ‘problema técnico’.


DESESPERO 2 Diz a Band que seus equipamentos não atenderam aos comandos para interromper o sinal da Globo, uma vez que a emissora, após o horário eleitoral, não gerou uma tela preta.


VIDA CURTA O game show ‘O Jogador’ dificilmente emplacará segunda temporada na Record. Até que não faz feio no Ibope, mas não entusiasma ninguém. A atual temporada termina dia 8 de janeiro. A reprise que era exibida aos domingos já foi limada.


BICADA Em sua segunda edição, o novo programa de ‘Xuxa’ na Globo, o ‘Conexão Xuxa’, perdeu para a ‘Turma do Picapau’, da Record, por 10 a 9, anteontem.


AGORA É MODA A Globo respondeu ao Ministério da Justiça, que abriu procedimento administrativo para reclassificar ‘Duas Caras’, que a novela ‘vai de encontro da moda internacional do pole dancing’ e que o ‘modismo’ é ‘inevitável para retratar a sociedade contemporânea’.’


 


Britânico ‘Life Begins’ chega ao fim


‘Depois de 19 episódios (ou três curtas temporadas), chega ao fim amanhã a série inglesa ‘Life Begins’. Combinação de drama e comédia, o programa mostrou a adaptação da dona-de-casa Maggie Mee à vida sem o marido, Phil, que abandonou a família no início do episódio-piloto.


Durante o processo de ajuste à nova rotina, ela conseguiu um emprego em uma agência de viagens, lidou sozinha com as vicissitudes juvenis dos filhos e com as ‘puladas de cerca’ da mãe e ainda arranjou tempo para enlaces afetivos com diferentes graus de sucesso.


Na segunda temporada, o relacionamento com Paul, o professor de história do filho de Maggie, James, dava a impressão de que engataria. Até que Phil, agora sem amante e sem emprego, bateu à porta do antigo lar. Maggie bem que tentou bancar só a ex-mulher compadecida do sofrimento do pai de seus filhos, mas logo se viu dividindo novamente com ele o mesmo teto.


A reconciliação veio acompanhada de ceticismo: Maggie ainda desconfiava da fidelidade do companheiro. Para acertar os ponteiros, Phil sugeriu que tivessem um terceiro filho. Ela chegou a engravidar, mas sofreu um aborto espontâneo. No derradeiro capítulo, ganhará novos -mas bem familiares- vizinhos e terá companhia inesperada numa viagem à América do Sul.


LIFE BEGINS – ÚLTIMO EPISÓDIO


Quando: amanhã, às 21h


Onde: Eurochannel’


 


INTERNET
Tereza Novaes


Projeto culinário vira blog de sucesso


‘Não acredite na foto acima.


Prato vazio não é com Julie Powell. Aspirante a atriz, secretária de uma repartição pública por falta de opção e totalmente em crise, ela transformou sua vida por meio da comida.


Em 2002, Julie escreveu um blog contando suas aventuras para realizar as 524 receitas do livro ‘Mastering the Art of French Cook’, de Julia Child, uma autora-cozinheira bastante popular nos EUA.


O ‘Projeto Julie/Julia’, como ela chamou o blog, durou um ano e teve como cenário uma minúscula cozinha no Queens, subúrbio nova-iorquino sem nenhum glamour.


Durante o ‘projeto’, ela continuou no emprego que odiava, passava as noites na cozinha (muitas delas sofrendo) e foi ganhando mais e mais leitores.


No final, o blog virou o livro ‘Julie & Julia’, que a editora Conrad está lançando no Brasil. Agora, o livro deve virar um filme, com roteiro de Nora Ephron (de ‘Harry e Sally’ e ‘Mensagem pra Você’) e Meryl Streep, no papel de Julia Child.


Importante dizer que o livro não é uma reprodução do blog. Trata-se da história deste ano anormal na vida de Powell, mesclado a informações sobre Child e pitadas de ficção.


‘Tive experiências maravilhosas e terríveis durante o ano em que fiz o projeto’, contou a blogueira de 35 anos, em entrevista à Folha, por e-mail.


‘O momento em que desossei meu primeiro pato foi muito marcante. Foi como se o céu se abrisse e soasse um coro de aleluia. Estava receosa, mas consegui fazê-lo perfeitamente. O pior? Sem dúvida, ovo poché em ‘aspic’ [gelatina animal]. É algo não-natural.’


Pata de vitela


A afirmação soa dramática e a epopéia dos ‘Oeufs en Gelée’ realmente é. O prato consiste em um ovo poché servido dentro de uma gelatina feita a partir do osso de pata de vitela.


Mas o que levaria uma mulher de 30 anos, em tempos de microondas e ‘delivery’, a encarar tão fervorosamente as panelas? ‘Acho que muitas mulheres consideram cozinhar irrelevante ou antiquado. Mas não me aproximei da cozinha com pensamentos sobre o que é o meu amor por cozinhar. Não cozinho porque sou mulher ou dona-de-casa, cozinho porque gosto de comer e alimentar os outros’, afirma ela.


Para quem pretende se aventurar nesse território, considerado por muitos inóspito, a dica de Powell é ‘começar simples’. ‘Mas não como eu fiz’, ressalta. ‘Não tinha percebido que as primeiras receitas eram muito complicadas. Se eu simplesmente tivesse feito um jantar perfeito em uma quarta-feira qualquer, nunca teria continuado com o projeto. Mas eu sou assim, obsessiva.’


Apesar da experiência acumulada no fogão, Powell não perseverou diante dele -pelo menos não profissionalmente.


A escritora de primeira viagem enveredou pelas letras e agora escreve um segundo livro, nos mesmos moldes de ‘Julie & Julia’. ‘Será sobre minha experiência no aprendizado para açougueiro e como as pessoas ao redor do mundo processam a carne. Estive na Argentina, na África, no Leste Europeu e no Japão’, adianta. A aventura também pode ser acompanhada pelo blog juliepowell.blogspot.com.


A ‘nova vida’ de Powell inclui ainda consultoria para o filme que está sendo produzido sobre o seu livro. ‘De vez em quando, sou convidada para um almoço com o diretor que me faz algumas perguntas e ainda recebo por isso’, conta. ‘É um excelente acordo e um milagre que tenha conseguido fazer do meu livro um filme.’’


 


Nina Horta


Site parte de idéia genial e faz de Julie cozinheira e escritora


‘Este livro, ‘Julia & Julie’, para começar me deu uma inveja umbilical. A idéia é extraordinariamente boa. Julie Powell resolveu fazer um blog tendo nas mãos o livro de receitas de Julia Child, ‘Mastering the Art of French Cooking’, um calhamaço onde a famosa escritora ensina os americanos a cozinhar como os franceses. E fazendo receita por receita, com comentários. Digam a verdade, não é uma idéia genial para um blog? E o blog virou livro.


Bom, ficamos sabendo das vicissitudes e vitórias, tudo misturado à própria vida da blogueira, seu marido e seus amigos e alguma coisa da vida de Julia Child. Para saber mesmo quem era Julia Child, leitores, há a introdução inteligente de Rita Lobo e há biografias dela.


Mas, quem nos interessa aqui é a blogueira, na sua quitinete nova-iorquina. Não chegou a conhecer a Julia Child.


Em compensação ficou conhecida e amada por todos os ‘bleaders’ (leitores de blogs) e ganhou o prêmio Blooker de livro sobre blogs de 2006.


É mesmo uma idéia sensacional misturar essas duas vidas, aprender a cozinhar compartilhando com os leitores e se tornar famosa. Parece que o livro vai se transformar num filme, e Meryl Streep fará o papel de Julia Child, com quem não se parece nem um tostão, mas vá saber como fazem estes ‘castings’… Aliás, no livro ela comparece pouco, só com receitas de fígado e tutano e rins e outras esquisitices, que nos fazem pensar muito na diferença das modas de comida de uma década para outra, e se a blogueira realmente começou a gostar de cozinhar comida francesa.


Depois que pára de falar com muitos palavrões sobre seus problemas na cozinha infame, a leitura começa a ficar mais amena e madura, sente-se a boa escritora por baixo, contando a vida que veio depois do sucesso do ‘projeto’, como chamavam aquela cozinhação infernal. Reparem na entrevista. É uma mulher inteligente e serena e não a maluca que se mostra com seu fogão reles, canos entupidos e marido de bom gênio.


Dizem que o roteiro será de Nora Ephron que escreveu ‘Heartburn’, um dos melhores livrinhos comida-confusão que conheço.


Atualmente acredito muito numa cozinheira de um só livro, que foi o que fez a Julie. Um livro só, sem voracidade.


Basta. E o que virou, afinal? Escritora ou chef? As duas coisas, com certeza. E um exemplo.


Mãos ao livro único e seremos todas chefs…


JULIE & JULIA


Autora: Julie Powell


Lançamento: Conrad


Quanto: R$ 40, em média (342 págs.)’


 


THE POLICE
Mônica Bergamo


‘Eu não bati na menina’


‘O apresentador Luciano Huck diz que ficou ‘chateado’, ontem, com a repercussão da notícia de que colocou a mão na câmera fotográfica da repórter da coluna, Audrey Furlaneto, no show do The Police -ela tropeçou e caiu com o empurrão. Ele diz que não percebeu o tombo e que não teve a intenção de ‘agredir ninguém’.


FOLHA – O que aconteceu?


LUCIANO HUCK – Em minuto nenhum eu vou negar que eu botei a mão na lente da câmera fotográfica da repórter, porque eu botei. Agora, eu não agredi ninguém. Ficou parecendo que eu bati na menina [Audrey]. E eu não bati na menina. Eu nunca agredi ninguém na minha vida, número um. Número dois: eu sempre atendi a imprensa e sempre fui muito elegante. Número três: ela [repórter] não sabia que a gente chegou na primeira música do show e só conseguiu chegar na pista [na frente do palco] na quarta música. Ou seja, a gente ficou três músicas do show atendendo fotógrafo. E todo mundo estava de máquina pequena, não tinha ninguém de máquina grande, profissional. Isso confundiu a cabeça de todo mundo. A gente não sabia quem era fotógrafo e estava trabalhando e quem estava se divertindo.


FOLHA – E depois?


HUCK – Olha o meu lado, tá: a gente ficou três músicas lá fazendo foto. Na hora em que a gente chegou lá embaixo, chegou a menina pra gente: ‘Posso tirar uma foto?’. Pode. Vai e tira uma foto [no alto da página], duas. Dá um minuto, ela volta: ‘Posso tirar outra?’. Eu falei: ‘Não, deixa a gente ver o show’.


FOLHA – Aí você colocou a mão na câmera, como ela relatou.


HUCK – Coloquei.


FOLHA – E ela tropeçou e caiu no chão.


HUCK – Aí é o relato dela.


FOLHA – Você quer dizer que não tinha a intenção de derrubá-la.


HUCK – De maneira nenhuma. Eu tinha a intenção de que ela respeitasse para a gente poder ver o show. Eu botei a mão na lente mesmo, mas tinha um motivo. Eu só estou querendo que entendam o meu ponto de vista. E que deixem claro que eu não bati nela, entendeu?’


 


LITERATURA
Folha de S. Paulo


Anunciados vencedores do Prêmio Juan Rulfo


‘Foram anunciados ontem em Paris os vencedores do Prêmio Juan Rulfo 2007: o espanhol Ignacio Ferrando Pérez, o cubano René Vázquez Díaz e o uruguaio Flavio Martín Morante Rodríguez, respectivamente nas categorias conto, novela e fotografia. Pérez ganhou com seu conto ‘Trato Hecho’. Díaz venceu com a novela ‘De Pronto el Doctor Leal’, e Rodríguez, com a série ‘Luces de Coyotepe’. O prêmio foi criado em 1982.’


 


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