Em clima de fim de ano, a ombudsman do Washington Post dedica sua última coluna de 2006 [31/12] a fazer resoluções para o jornal e para seus leitores. Deborah Howell diz que um dos maiores desafios de seu cargo é equilibrar os interesses dos leitores e os interesses dos jornalistas. ‘Jornalistas e leitores não costumam pensar da mesma maneira’, observa.
Uma das tarefas de um jornal é prestar atenção aos leitores – o que pensam, do que precisam. O ombudsman faz isso, mas também são responsáveis pelo trabalho todos os jornalistas. Isso é refletido desde a escolha da pauta, do tom do texto, da posição das fotos, até a decisão pelos destaques da primeira página. O problema nesta relação entre jornalistas e leitores é que as decisões dos primeiros sofrem os julgamentos dos segundos. E tudo isso vai parar nas mãos de Deborah. Por isso, o desejo de fim de ano da ombudsman é conseguir aumentar o entendimento entre jornalistas e leitores.
Dicas construtivas
Entre as sugestões para os leitores, estão: sejam menos rancorosos e agressivos com relação aos jornalistas, dêem mais valor para estes profissionais que fazem um trabalho tão importante; quando escreverem para jornalistas, façam-no de maneira cortês, que a resposta deverá ser cortês também; sejam pacientes e compreensivos com correspondentes que reportam de zonas de guerra.
Para os jornalistas, Deborah sugere: fiquem menos na defensiva diante dos questionamentos e críticas feitos pelos leitores.
Para o Post: torne mais fácil o contato dos leitores com os jornalistas; tenha cuidado ao publicar assuntos polêmicos que possam causar protestos sobre religião, raça e sexo; corrija erros o mais rápido possível.