Estudo concluído recentemente na Universidade de Minnesota, nos EUA, revelou que meninas que foram leitoras freqüentes de artigos de revistas sobre dietas têm mais probabilidade de desenvolver comportamentos não saudáveis de controle de peso em um prazo de cinco anos, noticia Amanda Gardner [HealthDay Reporter, 2/1/07].
As conclusões, divulgadas na edição de janeiro da publicação médica Pediatrics, chegam num momento em que distúrbios alimentares são temas de debate em todo o mundo. ‘Não fico surpresa [com o resultado do estudo]’, diz Susan Kraus, nutricionista do Centro Médico da Universidade de Hackensack, em Nova Jersey. ‘É uma situação infeliz, porque muitas pessoas são influenciadas pela boa aparência e pela magreza, e elas podem estar agindo de um modo que não é o mais saudável para alcançar a aparência desejada’.
Mortes
Uma série de mulheres vítimas de distúrbios alimentares morreu recentemente na América do Sul. Dentre elas está a modelo brasileira Ana Carolina Reston, de 21 anos, em novembro. Ela media 1,72 metros e pesava 40 quilos quando morreu, vítima de complicações decorrentes da anorexia. A modelo uruguaia Luisel Ramos, morta em agosto quando desfilava na Semana de Moda, tinha 22 anos e foi vítima de uma parada cardiorespiratória. Ela não se alimentava há dias.
Influência da mídia
Segundo os autores do novo estudo, pesquisas anteriores sobre o tema analisavam o efeito da mídia a curto prazo, mas pouca atenção era dada à exposição a longo prazo. Um estudo anterior havia descoberto que adolescentes que eram assinantes de revistas de moda tinham feito mais dietas, tido mais sintomas de bulimia e estado mais insatisfeitas com o corpo do que as que não liam este tipo de publicação, embora tais traços tenham se apresentado de maneira mais marcante em jovens sem apoio da família e de amigos ou que já estavam insatisfeitas com seu corpo.
Na pesquisa da Universidade de Minnesota, os autores analisaram hábitos alimentares, níveis de atividade, peso e outras variáveis de 2.516 estudantes de primeiro e segundo graus. No começo do estudo, em 1999, as participantes preencheram questionários e tiveram seus peso e altura medidos. Cinco anos depois, em 2004, elas foram novamente entrevistadas. Foi verificado que a possibilidade de desenvolver comportamentos de controle de peso não saudáveis, como pular refeições e fumar mais cigarros, dobrou em adolescentes que eram leitoras freqüentes de artigos de revistas sobre dietas, comparadas àquelas que não liam tais matérias.