Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Relatório acusa Bush de manipular dados sobre o Iraque

Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 6 de junho de 2008


IRAQUE
Folha de S. Paulo


Bush deturpou informações para justificar guerra


‘Presidida pela oposição democrata, a Comissão de Inteligência do Senado dos EUA divulgou ontem mais um relatório que aponta distorções nos fatos apresentados pelo presidente George W. Bush para convencer a opinião pública sobre a necessidade de invadir o Iraque. O texto repreende o governo por ter afirmado que o regime de Saddam Hussein (1979-2003) daria a grupos terroristas acesso a armas químicas, biológicas e nucleares ou que ele mesmo as desenvolvia para uso contra os EUA. O arsenal proibido nunca foi encontrado. A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, admitiu ontem erros de inteligência, mas não má-fé. ‘Tínhamos informações, mas elas estavam erradas. E lamentamos isso.’’


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


O Brasil é resistente


‘O ‘Valor’ deu manchete para as commodities que caíram no mundo e derrubaram a Bovespa, mas ontem mesmo, fim do dia, avisou que as ‘commodities voltam a subir e Bovespa retoma os 71 mil pontos’. E a Bloomberg deu que o ‘Brasil é resistente a queda das commodities, diz Fitch’, que vê o país ‘menos vulnerável’ por causa da ‘diversidade’ das exportações.


Pelo sim, pelo não, o ‘FT Adviser’ deu que o ‘fundo dos fundos’ T Bailey está deixando o país ‘apesar do retorno recorde’. Dizendo-se ‘ainda defensor do Brasil no longo prazo’, fala que ‘é sempre melhor deixar a festa um pouco antes para evitar o pior da ressaca’.


Não é o que pensa a nova ‘Economist’. Em longa reportagem sobre investimentos dos Brics todos, cita o PAC e avalia que ‘gastos recordes em infra-estrutura vão sustentar o crescimento rápido nos emergentes’.


FAZENDEIROS E A SOBERANIA


No topo da busca de Brasil, ontem, AP e Xinhua diziam que o país ‘cria três novas reservas na Amazônia’ e lança outras ‘novas medidas’. Era dia do meio ambiente, afinal.


Já a ‘Economist’, sob o título ‘Bem-vindo à nossa selva minguante’, deu a alta no desmatamento e a ‘tempestade política’ que opõe Carlos Minc, Marina Silva e o Inpe a Blairo Maggi. E alertou: fazendeiros e madeireiros é que ‘não reconhecem a soberania do Brasil na Amazônia’.


OUTROS SOBERANOS


A ‘Economist’ perfila Almir Surui, 33, como o modelo dos líderes de ‘povos nativos’ que hoje ‘surpreendem em reuniões de diretoria e até conferências diplomáticas’, em missões por ‘soberania’


O ETANOL ‘VENCE’


O despacho da Reuters noticiou desde Roma, ontem no fim da tarde, que os ‘biocombustíveis ‘vencem’ a cúpula da ONU sobre alimentos’. Antes, o ‘New York Times’ deu reportagem questionando que os ‘líderes mudam de assunto na conferência de alimentos’.


Caso de Lula, que ‘falou por meia hora sobre como os biocombustíveis brasileiros são superiores aos americanos’.


AGORA, CELULOSE


Talvez por coincidência, a mesma Reuters destacou ontem que o Brasil ‘pode iniciar produção de etanol de celulose em larga escala’ em três anos, segundo o brasileiro Centro de Tecnologia de Cana. E o ‘Valor’ deu na primeira página que a ‘Embrapa corre para virar referência em biocombustíveis, em meio ao intenso jogo internacional’.


A corrida é com os EUA.


GEORGE F. WILL E O BRASIL


Depois dos colunistas liberais do ‘NYT’, o Brasil avança como referência para o conservador George F. Will, do ‘Washington Post’. Ele deu ontem o ‘sucesso em energia do Brasil’ como modelo, não pelo ‘etanol tão comentado’, mas pela ‘elevação da produção de petróleo’, resultado da exploração no mar. É o que Will defende para os EUA, que hoje proíbem a prospecção em 85% da plataforma. Cuba, avisa ele, está perfurando ‘a 60 milhas de Miami’.


A INDÚSTRIA DIVERSIFICA


A ‘Playboy’ deu capa, meses atrás, com atriz de ‘Caminhos do Coração’. E agora a ‘Vip’ faz ‘ensaio sensual’, noticia a Folha Online, com atriz que faz a Mulher Invisível de ‘Os Mutantes’. Ambas da Record


PÂNICO, AINDA NÃO


E a ‘clone’ Record que ‘vem comendo a fatia da Globo’ na audiência brasileira foi parar no ‘Financial Times’, ontem, em longa reportagem que aponta como a fórmula ‘copy Globo’ está dando certo para a rede de televisão dos ‘mutantes com olhar de raio da morte’ e coisas do gênero. Mas não, ‘a Globo não está em pânico, ainda’.


Pode ser, mas ontem Patrícia Pilar já apareceu na cama.’


 




TELES
Julio Wiziack


Negócio BrT-Oi emperra por impasse na Anatel


‘A fusão entre Oi e BrT encontra-se em um impasse. A aprovação do negócio, que permitiria a criação da ‘supertele nacional’, depende da mudança do PGO (Plano Geral de Outorgas) e os conselheiros da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que decidem o processo, não se entenderam sobre as principais alterações.


Segundo Ronaldo Sardenberg, presidente da Anatel, é possível que o impasse seja resolvido na próxima reunião do conselho, na quarta. ‘A questão é que, se houver uma votação e der empate, o assunto [mudança no PGO] é negado.’ Uma vez negado, o assunto volta à mesa de discussão. Na Anatel, o presidente não detém o direito ao voto de minerva, decidindo em caso de empate.


Desde que a fusão entre Oi e BrT foi anunciada, há pouco mais de um mês, a Oi estabeleceu o prazo de 240 dias para que o negócio fosse concretizado. Caso contrário, pagará uma multa de R$ 490 milhões à BrT.


O problema é que o negócio não sai do papel sem a alteração do PGO. Para permitir que a concessionária de uma região adquira outra de região diferente, os conselheiros da Anatel estudam compensações para garantir a livre concorrência.


Uma das divergências é a criação de empresas jurídicas diferentes para as operadoras que prestam serviços alheios à telefonia. Hoje, elas podem operar com o mesmo CNPJ.


‘Há um grupo [na Anatel] que defende a segregação das empresas [criação de uma companhia com outro CNPJ] e outro que pede um estudo mais apurado’, afirma Sardenberg.


A Casa Civil também estaria emperrando o novo PGO por não indicar o nome do quinto conselheiro da Anatel. O atraso chega a quatro meses e em novembro vence o mandato de outro conselheiro da agência, Pedro Jaime Ziller. O quinto conselheiro reduziria a chance das votações empatarem.


O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse durante o Painel Telebrasil, principal evento de telecomunicações do país, que ocorre na Costa do Sauípe, na Bahia, que está trabalhando para que o nome seja anunciado antes do vencimento do mandato de Ziller. ‘Caso contrário, só em março de 2009 esse nome poderia ser avaliado pelo Congresso Nacional, que entra em recesso no final do ano.’ Para a Oi, esse tempo é, literalmente, dinheiro.


O jornalista JULIO WIZIACK viajou a convite da Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações).’


 



TELEVISÃO
Daniel Castro


Erro jurídico castiga mocinha de novela


‘Em ‘A Favorita’, nova novela das oito da Globo, a mocinha Flora (Patrícia Pillar) tenta recomeçar sua vida depois de passar 18 anos presa, condenada pelo assassinato do amante.


Essa situação é inverossímil. No Brasil, Flora ficaria presa em regime fechado, no máximo, durante cinco anos.


‘Antigamente, o homicídio qualificado [caso de Flora] dava pena de 12 a 30 anos. Depois de cumprir um sexto da pena, o detento ia para o regime semi-aberto, em que dorme na cadeia e trabalha de dia. Desde 2007, está em vigor nova lei que determina o cumprimento em regime fechado de dois quintos da pena para réu primário e de três quintos para reincidente’, explica Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB-SP, doutor em direito penal.


‘O que a novela está retratando não é real. Mesmo que o crime fosse hoje, a pena máxima daria prisão de 12 anos’, complementa D’Urso.


Autor de ‘A Favorita’, João Emanuel Carneiro argumenta que Flora ficou todo esse tempo presa porque sua rival, Donatela (Cláudia Raia), contratou ‘os melhores advogados e fez o impossível para mantê-la isolada do mundo’. Diz que é comum, no Brasil, inocentes ou ‘Zé Ninguéns’ como Flora ‘ficaram 20 anos em cana por roubar galinhas, pelo simples desleixo do sistema penal’. Argumenta ainda que sua novela é uma ‘fábula que permite toda liberdade ficcional’.


SILÊNCIO O ‘Jornal da Record’ não falou uma única palavra, na edição de quarta, sobre denúncia de ex-dirigentes da Anac de que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) teria pressionado a agência a beneficiar compradores da Varig, clientes do advogado Roberto Teixeira, amigo e compadre do presidente Lula.


OUTRO LADO A notícia estava até na TV Brasil, a emissora pública federal. A Record informou que noticiaria a história na edição de ontem, de forma ‘completa, com todos os lados ouvidos’.


MENOS UM Marcelo Bollona, vice-presidente de Inovação, Tecnologia e Negócios Digitais da Band, foi demitido nesta semana. O grupo Bandeirantes voltou a ter ‘só’ seis vices.


BATALHA Pelo terceiro dia, ‘A Favorita’ marcou 35 pontos na Grande SP. Também pelo terceiro dia, ‘Os Mutantes’ ficou acima dos 20 pontos (21,2).


NÃO PÁRA, NÃO PÁRA Corinthians x Sport rendeu 35 pontos à Globo e sete à Band. Foi a maior audiência da Globo neste ano com futebol.


MICO DO DIA 1 ‘Os Mutantes’ perdeu parte de sua graça. Preta Gil deixou a novela. Na quarta, avisou que ia se despedir cantando. E cantou ‘Mutante’, de Rita Lee, enquanto se exibia clipe com seus, digamos, melhores momentos.


MICO DO DIA 2 Já em ‘Água na Boca’, na Band, a mocinha levou o pai para conversar dentro de um freezer de restaurante.’


 


 




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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 6 de junho de 2008


 


IRAQUE
O Estado de S. Paulo


Senado diz que Bush falseou dados


‘Um relatório divulgado ontem pelo Senado dos EUA concluiu que o governo do presidente George W. Bush manipulou os dados de inteligência sobre o Iraque, exagerando as ligações entre o ditador Saddam Hussein e grupos terroristas. Segundo o documento feito pela Comissão de Inteligência do Senado, o governo ocultou as divergências entre especialistas sobre o suposto programa nuclear do Iraque. A comissão também afirma que algumas das acusações feitas sobre os vínculos do governo local com a rede terrorista Al-Qaeda também não estavam bem fundamentados.


‘O presidente e seus assessores fizeram uma incessante campanha pública por causa dos atentados (de 2001) para usar a guerra contra a Al-Qaeda como justificativa para derrubar Saddam’, afirmou o presidente da comissão, John Rockefeller. De acordo com ele, os argumentos do governo ajudaram a conduzir a nação a uma guerra sob ‘falsos pretextos’.


A Casa Branca respondeu às acusações do relatório, afirmando que o uso dos dados de inteligência já foi discutido anteriormente. ‘Tivemos os dados de inteligência que tivemos, muito apurados, mas estavam errados. Certamente lamentamos e adotamos medidas para corrigir (os erros)’, afirmou Dana Perino, porta-voz do governo Bush.’


 



GOVERNO
O Estado de S. Paulo


Ministra é estrela de programa de TV


‘Alvo das denúncias da ex-diretora da Anac Denise Abreu, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, foi uma das estrelas do programa do PT que foi ao ar pela televisão ontem à noite.


Dilma, que é apontada como candidata de preferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua sucessão, em 2010, fez um resumo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


Ela lembrou que o programa prevê investimentos de R$ 504 bilhões em obras de infra-estrutura, como rodovias, portos e hidrelétricas. A participação da ministra foi gravada no último dia 21 de maio, na sede do PT, em Brasília.’


 



Tutty Vasques


Cheio de dedos


‘Lula deu um susto danado em seus assessores de Comunicação ao discursar de improviso ontem, no Palácio do Planalto, em solenidade pelo Dia Mundial do Meio Ambiente. O jornalista Franklin Martins foi o primeiro a ficar de cabelo em pé ao ouvi-lo comparar a Amazônia com aquele lugar onde ‘todo mundo acha que pode meter o dedo’. Quem conhece o presidente de perto pensou em tudo, menos no ‘vidro de água benta’ por ele escolhido para objeto da analogia em questão.


A sensação de alívio geral não espantou um certo receio do staff presidencial com essa mania que Lula adquiriu recentemente de dar um jeito de meter o dedo em tudo que diz. Seu discurso na FAO teve como ponto alto aquela passagem dos ‘dedos sujos de óleo e carvão’ apontados contra a energia limpa dos biocombustíveis brasileiros, lembra?


A turma que articula a fala presidencial sugere que Lula volte a criticar, como fazia até bem pouco tempo, o nariz de quem tenta se meter com o Brasil. Dedo, ainda mais no caso, é uma questão delicada. Qualquer descuido, já era.’


 


TV PAGA
O Estado de S. Paulo


Cobrança de ponto extra permanece indefinida


‘Órgãos de defesa do consumidor defenderam ontem, em reunião na Anatel, o fim da cobrança pelo ponto extra da TV por assinatura. Para esses órgãos, a taxa de manutenção do ponto extra deve ser apenas eventual, e não mensal, como querem as operadoras. O impasse em torno do assunto permanece e a Anatel não chegou a uma conclusão sobre a interpretação do regulamento dos direitos dos assinantes, que entrou em vigor na segunda-feira.’


 



TELEVISÃO
Cristina Padiglione


Vem aí Mothern 3


‘Mothern, o blog das mineirinhas Juliana Sampaio e Laura Guimarães que virou livro, que virou série e já foi parar na grade da Globo Internacional, alcançando agora 114 países – ufa -, terá pelo menos mais uma temporada no GNT.


No que depender da diretora do canal, Letícia Muhana, Mothern terá temporadas a perder de vista, dado o caráter inesgotável do assunto . Como o mês das mães já passou, a safra 2008, de novo com 13 episódios, ficará para outubro, sob o pretexto de mês das crianças.


O desafio dessa terceira temporada será escalar outra filha para Mariana (Fernanda D’Umbra) ou arrumar um pretexto para a saída de cena da pequena Klara Castanho, que fazia a Bel. A menina está agora entregue ao expediente de A Revelação, novela de Iris Abravanel no SBT, sob contrato que veta sua imagem em canal pago.


De produção enxuta e bom alcance, Mothern é considerado produto exemplar no quesito custo-benefício em teledramaturgia. No ano passado, a série, co-produzida por TV Mixer e GNT, inspirou até versão masculina no mesmo canal, com base no Livro do Papai, de Hélio de la Peña.’


 



EDUCAÇÃO
Jotabê Medeiros


Lei de filme nas escolas é polêmica


‘Um projeto de lei do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que prevê a exibição obrigatória de obras audiovisuais de produção nacional nas escolas de educação básica do País, foi apresentado no início da semana no Senado Federal e deve causar certa discussão. Atualmente, o projeto está em debate na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do senado.


O projeto de lei 185/8 foi protocolado este mês e estabelece que a exibição de filmes brasileiros se tornará um componente curricular de complemento à proposta pedagógica das escolas, sendo a sua exibição obrigatória por no mínimo duas horas mensais. Na justificativa do senador, reproduzida em boletim da Agência Nacional de Cinema (Ancine), o tom adotado carrega um tanto de arbitrariedade. ‘A única forma de dar liberdade à indústria cinematográfica é criar uma massa de cinéfilos que invadam nossos cinemas, dando uma economia de escala à manutenção da indústria cinematográfica. Isso só acontecerá quando conseguirmos criar uma geração com gosto pelo cinema, e o único caminho é a escola.’


O projeto modifica a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei Darcy Ribeiro), que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e acrescenta novo parágrafo para obrigar a exibição de filmes e audiovisuais de produção nacional nas escolas da educação básica. Cristovam justifica seu projeto com o artigo da lei da educação que diz que ‘os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.’ O cinema seria esse caminho complementar, mas muitos educadores consideram que a obrigatoriedade pode causar rejeição, e que as exibições deveriam ser definidas por circunstância e oportunidade.


Buarque não foi encontrado ontem para comentar meandros do projeto. Segundo sua secretária, estava em Passo Fundo (RS) cumprindo agenda política. Ele escreveu, em sua justificativa, que a arte ‘deve ser parte fundamental do processo educacional nas escolas. A ausência de arte na escola, além de reduzir a formação dos alunos, impede que eles, na vida adulta, sejam usuários dos bens e serviços culturais; tira deles um dos objetivos da educação que é o deslumbramento com as coisas belas. O cinema é a arte que mais facilidade apresenta para ser levada aos alunos nas escolas. O Brasil precisa de sala de cinema como meio para atender o gosto dos brasileiros pela arte e ao mesmo tempo precisa usar o cinema na escola como instrumento de formação deste gosto’.’


 



 


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Comunique-se


Sexta-feira, 6 de junho de 2008


 


TRIBUNAL
Comunique-se


Mainardi se livra de indenizar Franklin, 6/6


‘Os advogados de Diogo Mainardi conseguiram uma virada judicial no processo movido pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Franklin Martins. A 4ª Câmara do TJ-RJ reformou sentença da 2ª Vara Cível do mesmo tribunal que condenava o colunista da revista Veja a indenizar Franklin em R$ 30 mil por calúnia e difamação. Cabe recurso à decisão.


A defesa de Mainardi recorreu da primeira sentença. Os advogados de Franklin fizeram o mesmo, pedindo aumento do valor da indenização.


O processo de Franklin foi motivado por coluna de Mainardi publicada na edição de 19/04/2006 em que o colunista acusava inclinações políticas de diversos jornalistas – e afirmou que o irmão de Franklin, Victor Martins, se valeu da influência do então comentarista político da Rede Globo para conseguir a indicação a um cargo na Agência Nacional do Petróleo (ANP).


Além da ação por danos morais, Franklin rebateu com o ‘Desafio a um difamador’, em que esclarecia o fato citado por Mainardi. O colunista respondeu com o texto ‘Franklin, o ‘Conceituado’ em Veja, e dedicou também outras três colunas ao jornalista.


Pouco depois de lançar o desafio, Franklin foi demitido da Rede Globo. Após passagem na Band, aceitou convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a Secom.


Kennedy Alencar


Além das partes diretamente envolvidas, o processo também deflagrou um estranhamento entre a Editora Abril, o colunista de Folha de S. Paulo Kennedy Alencar e o TJ-RJ. Veja e Mainardi publicaram textos acusando Kennedy de ter algum favorecimento no tribunal após ter divulgado o resultado da sentença um dia antes de ser proferida.


Kennedy argumentou que a divulgação foi motivada por um erro no sistema do TJ-RJ, argumentação corroborada pelo juiz responsável pelo processo, Sergio Wajzenberg, em nota. O tribunal afastou um funcionário que transmitiu à defesa de Franklin o teor da decisão antes dela ser divulgada.


As informações são da revista eletrônica Consultor Jurídico.’


 



TELEJORNAL
Comunique-se


Fátima Bernardes se afasta do Jornal Nacional por motivos de saúde, 6/6


‘A apresentadora Fátima Bernardes, do Jornal Nacional, se afastou do programa por um problema de saúde. Fátima teve de se submeter a uma pequena cirurgia para a retirada dos dutos mamários (canais por onde passam o leite materno). Os dutos estavam inflamados e foram diagnosticados por um exame de rotina.


A apresentadora está em casa e passa bem. Segundo a assessoria de imprensa da Rede Globo, é provável que ela retorne na quarta-feira (11/06) à bancada. Em 2007, Fátima também se afastou por alguns dias da apresentação do Jornal Nacional por motivos de saúde.


Em substituição, Márcio Gomes apresentou o Jornal Nacional na noite de quinta-feira (05/06). A assessoria da Globo informa, porém, que é possível que haja uma rotatividade de apresentadores até Fátima voltar ao ar.’


 



TORTURA
Miriam Abreu


Dona de O Dia diz que só soube de matéria em favela ‘quando tudo aconteceu’, 5/6


‘Em carta enviada a toda a redação, a qual o Comunique-se teve acesso, a presidente e dona do jornal O Dia, Gigi Carvalho, diz que não tinha conhecimento da origem da reportagem que uma repórter e um fotógrafo, acompanhados de um motorista, faziam na Favela do Batan, em Realengo, no Rio de Janeiro. E ela afirma que se questionou se deveriam estar no local. ‘Não tive conhecimento da origem de todo o processo, fui comunicada no próprio dia 14 quando tudo aconteceu. Cheguei a questionar se deveríamos estar lá… e fazer tudo que foi feito…’.


Gigi informa que os profissionais estão recebendo ‘todo o apoio necessário e possível’.


A carta circulou pela redação logo após o jornal divulgar o seqüestro e tortura sofridos pela equipe por homens da milícia que domina a favela.


Leia a carta na íntegra:


‘Gostaria de dividir com todos vocês, que fazem o Jornal O DIA e que compõem as empresas do Grupo de Comunicação O DIA, que estamos atentos e dando todo o apoio necessário e possível à equipe, e suas respectivas famílias, que participou da matéria investigativa deflagrada o dia 14 de maio, hoje sabida por todos.


Não tive conhecimento da origem de todo o processo, fui comunicada no próprio dia 14 quando tudo aconteceu. Cheguei a questionar se deveríamos estar lá… e fazer tudo que foi feito… lembrei do papel da imprensa, da busca pelos fatos, da ferramenta que é e de sua importância para a sociedade. Onde questões são debatidas e fatos informados para que o cidadão tenha condições de formar opinião e fazer as suas escolhas corretas em busca de uma cidade melhor.


As informações só puderam ser divulgadas no último domingo dia 1 de junho, para preservarmos os profissionais envolvidos e garantir a boa investigação, pedido este feito pelo Secretário de Segurança José Mariano Beltrame. Quero esclarecer que uma das principais funções de um veículo de comunicação é cobrir os fatos com veracidade e divulga-los com imparcialidade, tornando-se ferramenta fundamental para a manutenção da democracia, onde a liberdade de imprensa não pode ser cerceada, este fo o motivo de tanta indignação com repercussão internacional.


Atenciosamente,


Gigi Carvalho’.’


 


 


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