Estou escrevendo porque o jornalismo real e verdadeiro nasce nas letras, na luta pela livre democratização da comunicação. Diante disso, não consigo conceber a realidade que estamos enfrentando como jornalistas sem diploma de curso específico de jornalismo. Um fato é que muitos dos jornalistas que têm registro – e quem diz se a pessoa é jornalista é o registro do Ministério do Trabalho, e não instituições que emitem carteirinhas – têm formação em outras áreas da ciência, e muitos dos que não possuem formação acadêmica têm vasto currículo na área, vivendo disso antes ainda que muitos dos profissionais diplomados estivessem pisando em uma faculdade.
Não sou contra nenhuma instituição. Sou contra, sim, a realidade que enfrentamos diariamente como vítimas do preconceito e da discriminação sobre gozar de um atributo legal.
Ilegal é a atitude arbitrária dos que, como ‘jornalistas’, esquecem que a verdade tem várias faces para quem escreve. Por isso não consigo mais calar sobre os que pensam ser ‘donos da verdade’ e ‘descobridores da pólvora’ com acesso ao mundo virtual – não só o jornalismo, mas o direito, a medicina e outras áreas do conhecimento não são mais um mistério de outro planeta.
País de todos
Tenho o direito de ser jornalista, gozando de todos os atributos legais que a legislação atual me confere, inclusive registro MT/PR 7217, que é precário, ou não é registro, e por isso tenho a ousadia de escrever com liberdade. Que venham as críticas, faz parte da democracia e a divergência amplia a reflexão sobre o tema.
Cunhei uma expressão particular que define bem a coragem de escrever sobre isso, um axioma filosófico meu que diz: ‘A conquista de um espaço é a exploração de um limite’ e, assim, não desisto nunca do meu direito como jornalista.
Faço apologia ao jornalismo que aprendi na prática, sem escudo institucional, que revela as mazelas de uma sociedade atualíssima e ao mesmo tempo atrasada. Não estou dizendo que é preciso acabar com as faculdades, não estou dizendo que os jornalistas com diploma específico de jornalista precisam deixar de exercer seus cargos. Muitos pagaram caro por seus canudos, não só financeiramente, mas com árduo tempo dedicado ao estudo. Porém, uma coisa é certa: estamos no Brasil, no país de todos e se há uma coisa que, por mais difícil que seja, ninguém nunca vai conseguir fazer, é calar um bom jornalista.
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Jornalista