Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Preso um suspeito de torturar equipe de O Dia

Agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e de Inquéritos Especiais (DRACO/IE) apresentaram à imprensa, no dia 4 de junho de 2008, no Rio de Janeiro, um primeiro suspeito no caso dos atos de barbárie sofridos por uma equipe de reportagem do diário O Dia, no dia 14 de maio, na favela do Batan. Trata-se de Davi Liberato de Araújo, de 32 anos, apelidado de ’02’ por ocupar supostamente o segundo posto na hierarquia da milícia paramilitar que seqüestrou e torturou uma jornalista, um fotógrafo e o seu motorista.

O indivíduo, que cumpre pena de prisão em regime semi-aberto, assegurou que no momento dos fatos se encontrava na cadeia. Os investigadores também identificaram o chefe da milícia do Batan, Odnei Fernando da Silva, de 35 anos, conhecido como ’01’, ‘Dinei’ ou ‘Águia’.

Ex-agente penitenciário e inspetor da polícia civil, este último já foi preso em uma ocasião por homicídio. Atualmente, encontra-se em fuga, com mandado judicial de captura. A DRACO/IE investiga igualmente a possibilidade de envolvimento de policiais militares e a existência de um cemitério clandestino utilizado pela milícia do Batan.

Identificação dos responsáveis

Por outro lado, a jornalista de O Dia afirmou ter reconhecido, durante a sessão de tortura, a voz de um assessor parlamentar do deputado estadual Coronel Jairo, que desmentiu a informação e condenou vigorosamente os atos da milícia do Batan.

Repórteres sem Fronteiras se felicita com os rápidos progressos da investigação e espera que o testemunho de Davi Liberato de Araújo permita identificar os responsáveis pelo seqüestro da equipe de O Dia. A organização aguarda igualmente a pronta detenção de Odnei Fernando da Silva [6 de junho de 2008].

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