Tribunal de Istambul retirou as acusações contra o escritor Orhan Pamuk na semana passada, dando fim a um julgamento que havia deixado a Turquia em desacordo com a União Européia no quesito liberdade de expressão. Mais conhecido escritor do país e traduzido para dezenas de línguas, Pamuk era acusado de ‘insultar a identidade turca’ por ter falado, em uma entrevista a uma publicação suíça, sobre o genocídio armênio perpetrado pelo Império Otomano em 1915 e sobre a morte de curdos por operações turcas contra um grupo separatista na década de 80 – dois assuntos que permanecem tabus no país. A decisão foi comemorada por membros da UE, mas o advogado do escritor ressaltou que o tribunal a justificou em termos burocráticos, omitindo a questão da liberdade de expressão. Informações de Sebnem Arsu [The New York Times, 24/1/06].
Charges provocam crise diplomática na Dinamarca
A Arábia Saudita anunciou que retirou seu embaixador na Dinamarca em protesto à postura do governo dinamarquês com relação à publicação de charges brincando com a imagem do profeta Maomé. O jornal Jyllands-Posten publicou 12 caricaturas do profeta muçulmano em setembro. Desde então, o diário foi bastante criticado pela comunidade muçulmana no país e o cartunista responsável pelos desenhos chegou a receber ameaças de morte. No mês passado, o primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, recusou-se a se reunir com 11 embaixadores de nações muçulmanas para discutir a controvérsia. Ele afirmou que não concordava com ações que pudessem desrespeitar determinados grupos, mas que, pelo princípio da liberdade de expressão, não poderia censurar a imprensa. Informações da AFP [26/1/06].