Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Erivaldo Carvalho

“‘Jornalismo é literatura com pressa.’ Matthew Arnold, poeta britânico

No último domingo, pincei alguns aspectos da cobertura do jornal nos quais estamos sujeitos a erros ou imprecisões – o que compromete a qualidade final do produto. Usei como exemplos, basicamente, problemas na conceituação de crimes e a falta de referências didáticas na localização daquilo que estamos noticiando. Também destaquei a necessidade de vigília constante. A íntegra da coluna está neste link: http://bit.ly/12RHsop. Incentivado por leitores, amplio a discussão para novidades editoriais por que o jornal está passando. Especificamente, a respeito do ‘caderno’ Mercado Imobiliário e o novo caderno Veículos. Antes, um registro: a discussão de ‘grandes temas’ é fundamental. Levanto-a, na perspectiva do público, sempre que perceber necessidade ou for provocado, como foi o caso. Mas não posso deixar de lado o varejão do dia a dia, graves ou não (isso depende da visão de cada um). Para este ombudsman, o ideal seria focar em questões mais relevantes. Isso seria possível se não houvesse a necessidade de cobranças sobre afazeres jornalísticos que todo profissional deveria saber. O leitor tem razão.

Um produto comercial

Para comentar a chegada do ‘caderno’ Mercado Imobiliário e novo caderno Veículos, antes de mais nada é preciso ressaltar a diferença de origem dos dois produtos. O primeiro é um encarte comercial (daí as aspas que coloco antes de caderno). O segundo é um relançamento editorial, de responsabilidade direta e integral da Redação. Ao dizer isso, estou eximindo o jornal do que vier a ser publicado ou não em um ou outro? Não. É para lembrar que existe um conjunto mínimo de regras que balizam um e outro. Por exemplo: na edição de lançamento do ‘caderno’ de imóveis, no último dia 15 de junho, é a diretora comercial que comenta a novidade, e não um editor da área jornalística, propriamente. Note-se, também, que a tipografia dos textos publicados na capa é diferente da usada nas editorias convencionais. Agora, o bônus. Venho acompanhando, regularmente, aos sábados, o que é publicado no suplemento. Conforme já fiz chegar aos canais internos do jornal, através de relatórios de avaliação, o que é dito lá, até agora, poderia ser, com pequenos ajustes, pauta na editoria afim.

Ao afirmar isso, estou liberalizando a delicada fronteira entre editorial e comercial? Mais uma vez, a resposta é ‘não’. Essa divisão tem, sempre, de ficar muito clara. Para a empresa, seus profissionais, o mercado e, principalmente, os leitores. Mas é louvável que iniciativas como essa aconteçam. Para o bem do jornalismo, a médio e longo prazos, é muito melhor o capital privado e o dinheiro do assinante sustentarem um empreendimento do que verbas e favores políticos ocultos.

Informação e credibilidade

Nas bancas desde a penúltima terça-feira, dia 9, o novo caderno Veículos é, do meu ponto de vista, o principal ingrediente na cobertura do O POVO nessa virada de semestre. Até por substituir uma frágil seção que o jornal mantinha, até então, o suplemento chega com fôlego para retomar o destaque – ou até ampliar -, que já teve no segmento. Pelo que o próprio jornal diz, a resposta do mercado nesse sentido começa a ser sentida. Acompanho com atenção. Devo dizer que fiquei satisfeito com a virada do núcleo de Negócios, ao qual o produto está vinculado. No conjunto, as várias seções, particularmente as da linha de serviços de informação ao público condutor de veículos, têm potencial para se impor como importantes a cada edição. Fiz estas e outras observações internas. Na essência, são as mesmas que mencionei em colunas anteriores. Uma delas pode ser lida no seguinte link: http://bit.ly/115XFVL. Quais sejam: a busca da credibilidade e da diferenciação. Não é tarefa fácil em uma área em que já se testou inúmeras fórmulas de sedução de público.

Insisto no formato de lançamentos e comparativos de marcas e modelos. Tanto em um caso como no outro, não se pode, por assim dizer, perder a direção do que está sendo publicado, que é o interesse de quem tem ou pretende adquirir um automóvel. Ser crítico e duro na avaliação, se for preciso, e elogiar, se muito for o caso. O mais é consequência.

FOMOS BEM

DILMA NO CEARÁ.

Em extensão e capilaridade, dissemos o que de importante aconteceu

FOMOS MAL

REFIS ESTADUAL.

Mostramos o quê, mas não o porquê do pacote de benefícios aos devedores”