“O juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis’. Platão, filósofo grego
A semana que começa promete ser uma das mais importantes do ano. Para a próxima quarta-feira, 18, está previsto o voto de desempate do ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, a favor ou contra um novo julgamento para os principais réus do mensalão. O processo julga a compra em dinheiro de apoio político no Congresso Nacional no primeiro governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A pauta vem suscitando intensos debates no meio jurídico, político e jornalístico. O ponto da discórdia são os tais embargos infringentes. São um tipo de recurso que prevê reavaliação do crime caso o condenado tenha obtido ao menos quatro votos favoráveis em sentença anterior. Há uma nítida torcida na imprensa de todo o Brasil contra os ex-figurões da República. Em verdade, o episódio só chegou até aqui graças à força mobilizadora da mídia. É um marco.
Mas esse não é o ponto. O que está em discussão é a aplicação de um dispositivo previsto no regimento interno do STF. O escândalo é um dos mais graves do ponto de vista penal e ético de que se tem notícia. Merece consequências em toda a sua dimensão. Mas isso não pode ser confundido com torcida ou pressão para que o decano da mais alta Corte do País relativize a técnica legal. Se tiver de haver outro julgamento, que assim seja. São regras do tipo que sustentam a democracia. É esse o jogo que precisa ser jogado. A imprensa, melhor do que ninguém, sabe disso.
Jornal do leitor, o fim
Na edição da última quarta-feira, 11, os leitores ficaram sabendo, da forma mais direta possível, ou seja, quando folhearam o próprio exemplar, que o ‘Jornal do Leitor’ tinha chegado ao fim. A partir daquela data, a ‘Página do Leitor’, criada na editoria de Opinião, substituiria o caderno semanal. Ao lado do Conselho de Leitores e da figura do ombudsman, o falecido suplemento era uma das peculiaridades do jornal. Um pequeno e eufemístico texto publicado na mesma edição dizia que a página sete do primeiro caderno ‘começa a abrigar o material antes veiculado no Jornal do Leitor’. Oficialmente, o objetivo é ‘dar mais visibilidade’ aos textos enviados por leitores. Os que não couberem no impresso irão para o portal O POVO Online.
Para o jornal, a mudança foi uma boa novidade. As empresas de jornalismo devem ser o único lugar do mundo onde se reduz gastos e se vende isso como vantagem para quem paga a conta – os assinantes. Enviei duas perguntas para a responsável pelo então caderno e a Chefia de Redação: Por que o suplemento semanal chegou ao fim? A forma como o público do jornal ficou sabendo foi a mais adequada? Até o meio da manhã deste sábado, quando fechei esta coluna, não tinha obtido retorno.
Sinal dos tempos
Afora a maneira como o público ficou sabendo, não tenho grandes restrições ao fim do ‘Jornal do Leitor’. Com tantos mecanismos de participação, colaboração e interação de veículos de imprensa com o público, suplementos do tipo ficaram obsoletos. O ‘Jornal do Leitor’ cumpriu bem o ciclo, no período de tempo ao qual pertenceu. Atualmente, é muito mais produtivo e interessante focar nas novas ferramentas, para atrair e reter cada vez mais usuários nas várias plataformas existentes.
Também não vejo como a mais acertada a decisão de se criar a ‘Página do Leitor’. Na mesma quarta-feira, quando a novidade debutava, recebi telefonemas criticando-a. Uma leitora chegou a dizer que o espaço nobre do primeiro caderno deveria ser melhor preenchido. No lugar de textos de colaboradores, deveríamos dedicar a preciosa página a jornalismo, propriamente. Aqui cabe lembrar que o primeiro caderno, nos últimos meses, recebeu a editoria Mundo, que antes ia em outro lugar. Com isso, as coberturas ditas cotidianas e mais próximas foram reduzidas.
FOMOS BEM
VIADUTOS NO COCÓ
O jornal deu em primeira mão a decisão da União de disputar a posse da área
FOMOS MAL
MUDANÇA DE SECRETÁRIOS
Soubemos pela concorrência de algumas medidas que serão adotadas”