Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Revolução dos dados pode mudar previsão econômica

David Tabor, 37, tem uma empresa de inspeção de residências com oito empregados na Virgínia Ocidental (EUA).

A companhia dele é uma das 4,3 milhões que empregam menos de 20 pessoas no país e que, apesar de representarem talvez 15% do PIB, não são capturadas nos dados oficiais de modo detalhado.

Mas essa deficiência de mensuração no setor de pequenas empresas, e uma série de outras lacunas de informações econômicas, pode ser revertida pelo que os especialistas definem como a revolução dos dados –conhecida como “big data”.

O universo cada vez maios amplo de sinais digitais de comportamento, do uso da web à compra on-line, pode servir de base para avanços de mensuração econômica.

Os novos sistemas podem produzir projeções mais precisas e oferecer mais informações às autoridades econômicas para suas decisões –mais ciência, menos adivinhação.

No caso da empresa de Tabor, ela foi uma entre 20 mil que permitiram que a produtora de software Intuit recolhesse dados sobre seu uso dos programas de folha de pagamentos ou contabilidade on-line que ela fornece para recolher dados sobre tendências de emprego e vendas.

Tabor diz que não vê problemas em contribuir com dados anônimos.

Indicadores incertos

Pesquisadores da agência do governo dos EUA que mantém estatísticas sobre a atividade econômica agora estão experimentando usar os dados da Intuit e tentando aproveitá-los para melhorar as estimativas oficiais.

“A promessa de fontes como as da Intuit representa dados mais precisos, oportunos e baratos para monitorar a economia”, diz Steven Landefeld, diretor do serviço.

A principal ferramenta para a estatística governamental continua a ser a pesquisa, pessoal ou telefônica –mas esses levantamentos custam tempo e dinheiro.

Acompanhar o comportamento dos consumidores e empresas online pode permitir o acúmulo de mais dados, com mais rapidez –para que os governos possam detectar sinais de inflação, deflação e tendências de emprego mais cedo, ajustando mais rapidamente as suas políticas.

Mas é difícil ter certeza de que recolher mais dados e com maior rapidez melhorará as projeções econômicas. Os indicadores quanto a isso são incertos, até o momento.