Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Correspondente morto no Iraque

Foi morto na cidade iraquiana de Ramadi, na segunda-feira (18/9), o correspondente da Baghdad TV Ahmed Riyadh al-Karbouli. Seis homens armados divididos em dois carros atiraram no jornalista e cinegrafista quando ele conversava com amigos em frente a uma mesquita.


Al-Karbouli, que tinha 25 anos, vinha recebendo nos últimos meses alertas para que deixasse a emissora, caso contrário seria assassinado. A Baghdad TV pertence ao Partido Islâmico Iraquiano, maior grupo político sunita do país. O partido se uniu ao governo iraquiano apoiado pelos EUA no início do ano.


‘Jornalistas em Ramadi trabalham sob condições intoleráveis e sem nenhuma proteção’, afirmou o diretor-executivo do Comitê para a Proteção aos Jornalistas, Joel Simon, lamentando a morte do jovem. Ramadi, a 110 quilômetros a oeste de Bagdá, forma uma das extremidades do ‘Triângulo Sunita’, foco de oposição muçulmana sunita à presença americana no país.


O correspondente trabalhava há dois anos para a emissora, cobrindo questões de segurança e os problemas sofridos pelos habitantes de Ramadi. Segundo fontes do CPJ [19/9/06], suas matérias ofendiam alguns insurgentes locais que sentiam que estavam sendo criticados. Há um mês, homens armados entraram na casa de al-Karbouli e o ameaçaram na frente de sua família.


A Baghdad TV perdeu três outros funcionários desde junho de 2005; dois deles mortos por soldados americanos durante fogo cruzado. No total, 80 jornalistas e 28 assistentes de mídia foram mortos no Iraque desde o início da guerra, em 2003.


Mascarados atacam agência em Gaza


Homens mascarados e armados invadiram, na terça-feira (19/9), o escritório da Wafa, agência de notícias oficial da Autoridade Palestina, em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, destruindo equipamentos e móveis que encontraram pela frente. O jornalista palestino Amr al-Fara foi espancado pelos homens, cujas identidades ainda não são conhecidas. Nenhum grupo alegou responsabilidade pelo ataque.


Testemunhas afirmaram que eram cinco agressores. ‘Eles destruíram todos os computadores e laptops do escritório’, contou um repórter local. ‘Antes de ir embora, eles picharam a parede acusando a agência de não ser objetiva’.


Em declaração, a Wafa condenou o ataque, classificando-o de uma ‘ofensa contra a liberdade de expressão’. O prefeito de Khan Yunis, Osama al-Farra, afirmou que o ataque reflete o contínuo estado de anarquia em áreas comandadas pela Autoridade Palestina. Pelo menos 16 jornalistas palestinos foram mortos ou feridos em diversos atentados nos últimos anos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Informações de Khaled Abu Toameh [The Jerusalem Post, 19/9/06].