Além de monitorar registros telefônicos de nove jornalistas, a Hewlett-Packard conduziu estudos sobre a possibilidade de infiltrar espiões nas redações de São Francisco do Wall Street Journal e do portal de notícias de tecnologia CNET. A denúncia foi feita por uma pessoa que teve acesso aos relatórios da companhia de produtos de impressão e informática sobre a operação, informa o New York Times [em artigo de Damon Darling e Kurt Eichenwald, 20/9/06].
No início do mês, a procuradoria geral da Califórnia revelou que a HP havia contratado investigadores privados para identificar diretores que estavam vazando informações para a imprensa. Os investigadores teriam se passado por membros do conselho para obter acesso a registros telefônicos de executivos suspeitos e de membros da imprensa que poderiam ter recebido informações confidenciais da empresa, como funcionários do Times, Journal e do CNET.
Disfarce de faxineiro
Já os estudos são citados em um relatório de fevereiro deste ano. ‘Estudos de viabilidade para operações secretas nos escritórios de São Francisco do CNET e WSJ estão em andamento’, afirmava o documento. Sob o título ‘Atualização de Atividade Investigativa – Operações com Disfarce’, é pedido que seja examinada a possibilidade do uso de funcionários de limpeza nas redações. Outro relatório, identificado como um resumo para a presidente do conselho, Patricia Dunn, é menos explícito, mas se refere a planos envolvendo a ‘colocação de agente em proximidade a pessoa de interesse’.
Não se sabe se o plano de infiltrar falsos funcionários para espionar jornalistas chegou a ser colocado em prática. Procurada pelo Times, a HP não quis se manifestar sobre o assunto.