Uma empresa brasileira, criada por um grupo de docentes do departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), irá se tornar o maior e o primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da Google Inc. na América Latina.
A mineira Akwan Information Technologies, que possui sede em Belo Horizonte (MG) e também é especializada em tecnologias de busca, foi vendida para a Google na semana passada por um valor não divulgado. Com a negociação, a empresa norte-americana pretende aumentar sua atuação no continente com a criação de novas tecnologias de ponta e a admissão de mão-de-obra qualificada.
‘As negociações permitem que a empresa norte-americana incorpore todos os engenheiros e as tecnologias de busca desenvolvidas pela Akwan’, disse Nívio Ziviani, um dos fundadores da empresa mineira, à Agência FAPESP. Os outros dois criadores do grupo brasileiro são Alberto Laender e Berthier Ribeiro Neto. Caberá a Ribeiro Neto a direção executiva do centro de pesquisa brasileiro.
‘A intenção é formar um grande laboratório em Belo Horizonte que irá desenvolver ferramentas de busca voltadas principalmente para os países latino-americanos’, disse Ziviani. Segundo ele, os pesquisadores locais também poderão criar aplicações para usuários do sistema Google em todo o mundo, levando em conta os diferentes aspectos envolvidos com as tecnologias de busca, como concepção, pesquisa, desenvolvimento e implementação.
Desde 2000, a empresa brasileira fornece serviços para diferentes clientes em todo o Brasil, como UOL, iG, Editora Abril e Bovespa, além de ser responsável pelo site de busca Todobr.com. ‘A Akwan detém 25% do mercado de busca no Brasil e a meta é aumentar ainda mais’, disse.
A Google também possui centros de pesquisas semelhantes em Tóquio (Japão), Zurique (Suíça), Bangalore (Índia), Nova York e Mountain View (Estados Unidos). Com a criação da filial brasileira, a expectativa é que sejam gerados novos empregos com as contratações de técnicos brasileiros. As vagas disponíveis serão divulgadas no site www.google.com.br/jobs.
‘Tipicamente os centros internacionais têm uma meta de contratação que inclui 200 pessoas. Creio que o centro de pesquisa brasileiro não será muito diferente’, prevê Ziviani.
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Repórter da Agência Fapesp