Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Povo almeja uma nova maneira de se fazer política

O dia 11 de julho de 2013 foi esperado pela população e alarmado na mídia em geral como um dia importante na onda de manifestações que estão movimentando o país desde junho. A CUT, a Força Sindical e a UGT – principais centrais sindicais do Brasil – se juntaram para reivindicar melhores condições de trabalho e, principalmente, a redução da jornada. Contudo, em comparação aos movimentos iniciados pela redução da tarifa da passagem dos transportes coletivos em São Paulo, o movimento organizado pelas centrais não teve a importância e visibilidade que desejavam.

Foi nesse sentido que a ex-senadora Marina Silva se posicionou no programa É Notícia, da Rede TV!, no dia 7 de julho, em relação aos recentes episódios reivindicatórios ocorridos no país. De acordo com ela, o Brasil está presenciando o surgimento de um novo sujeito político, caracterizado principalmente por ser autônomo e defensor dos seus direitos e bandeiras, sem a necessidade de uma intermediação de partidos ou figuras políticos.

Neste momento, a internet possui um papel fundamental, pois permite o compartilhamento de acontecimentos e pontos de vista mais diversos, oportunizando o conhecimento geral das temáticas, sem a interferência simbólica ou ideológica das mídias tradicionais. Com o advento da internet e a sua consequente expansão, a população está desempenhando o papel de mobilizadora social, não se colocando mais como um mero expectador das decisões de cunho público.

Um sistema político menos desigual

O “dia nacional de luta”, em contrapartida, foi mobilizado por pessoas e grupos ligados principalmente ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao poder político que governa atualmente o país. Sindicatos e centrais sindicais mantêm uma relação de dependência com o poder político e, por isso, não conseguem mobilizar uma quantidade representativa de pessoas para lutar pelas suas causas.

Como Marina Silva afirmou, a população foi às ruas para – além de querer melhorar serviços básicos como saúde, educação e mobilidade – lutar por uma nova maneira de fazer política no país, com a quebra de monopólios políticos e partidários, a fim de dar vazão a um real sistema democrático.

A sociedade brasileira está passando por um processo de reivindicação dos seus direitos e lutando por um sistema político menos desigual. Nesse sentido vale questionar até quando os sindicalistas ligados ao PT e a outros partidos da base governista desejam as reformas necessárias para melhorar o país.

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Ana Flávia Silva Nery é graduada em Comunicação Social