O Grupo ABC confirmou ontem a aquisição de 51% da agência de comunicação CDN, segunda maior empresa do setor no país, num dos maiores negócios já feitos pelo ABC. O valor da operação, que levou cerca de um ano para ser concluída, não foi revelado. A operação marca a entrada do ABC, presidido por Nizan Guanaes, no segmento de relações públicas. Entra na base de operações do grupo uma empresa de R$ 80 milhões em receita bruta, cerca de 10% do tamanho do ABC, com R$ 840 milhões em receita em 2012. A previsão é atingir receita de R$ 1 bilhão neste ano.
Para efeito de comparação, entre os negócios com maior peso nos resultados do ABC estão hoje as agências DM9, Africa e Loducca e a CDN – estas duas no mesmo patamar. Novas aquisições na área de relações públicas podem acontecer e outros negócios devem ser incorporados à CDN. Guga Valente, CEO do grupo ABC, disse ontem (10/9) que não há, porém, negociações neste momento com outras agências de comunicação. Informou que empresas concorrentes da CDN foram avaliadas. A CDN também negociou com outros grupos de mídia e propaganda.
Com cerca de 100 clientes e 400 funcionários, a CDN é a segunda maior empresa do setor, atrás da FSB, e tem como sócios João Rodarte, Yara Peres, Andrew Greenlees, Claudio Pereira e Luiz Antonio Flecha de Lima. Com a CDN, o Grupo ABC passa a ter 16 empresas.
ABC não desistiu de uma oferta pública inicial
Os recursos aportados serão destinados aos cinco sócios e um segundo aporte, ainda sem data definida, deve ser feito pelo ABC na empresa. Os acionistas da CDN se mantêm à frente da gestão da companhia por, pelo menos, cinco anos. “Não está nos nossos planos sair da agência”, disse Rodarte.
A fatia de 49% na CDN pode ser vendida a qualquer momento, mas essa negociação deve envolver a troca de ações do ABC com os sócios. Recursos do fundo Kinea, do banco Itaú, foram aplicados na compra de 51% da CDN. O Kinea, em abril deste ano, comprou 20% do ABC por R$ 170 milhões. A CDN complementa a atuação do ABC no país e funcionará como novo negócio a ser oferecido aos clientes do grupo. “A ideia agora é ganhar mais musculatura nas áreas em que já estamos”, disse Valente.
O ABC voltou a dizer ontem que não desistiu dos planos de uma oferta pública inicial, mas isso não deve ocorrer a curto prazo. Além do Kinea, de Guanaes e de Valente, são sócios do ABC, o Icatu, Bazinho Ferraz e Sergio Valente.