Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mortes e despesas no Iraque

Quem está tentando acompanhar os gastos dos EUA com a reconstrução do Iraque pelo Washington Post deve estar meio confuso, como aponta a coluna de 11/7/04 do ombudsman do jornal, Michael Getler. No dia 3/7, numa nota da coluna ‘Washington in Brief’, constava que, do total de US$ 18,4 bilhões liberados pela Casa Branca e pelo congresso, apenas US$ 366 milhões tinham sido utilizados para esse fim. O valor chama atenção por ser pequeno.

Não por acaso, no dia seguinte saiu uma matéria de capa baseada na mesma informação, acrescentando que os recursos de reconstrução oriundos do petróleo iraquiano eram muito maiores. Duas semanas antes, no entanto, o mesmo correspondente que escreveu essa reportagem, Rajiv Chandrasekaran, informara, com base em outra fonte, que os EUA haviam gasto ‘US$3,7 bilhões dos the US$18,6 bilhões’ autorizados pelo congresso. No mesmo dia, saiu em outro texto que eram ‘apenas uns US$ 500 milhões de US$ 18,7 bilhões’. ‘Bom, então foram gastos entre US$ 366 milhões e US$ 3,7 bilhões de US$ 18,4 bilhões, US$ 18,6 bilhões ou US$ 18,7 bilhões’, escreve Getler, concluindo que o diário precisa definir melhor esses números.

Na terça-feira da semana passada, o Post publicou, pela nona vez desde abril de 2003, três páginas inteiras com fotos de militares americanos mortos no Iraque. No dia seguinte, a morte de outros sete fuzileiros navais foi noticiada. E, na sexta-feira, saiu matéria informando que mais cinco soldados haviam tombado por causa de um ataque de morteiros perpetrado por insurgentes iraquianos. O ombudsman observa que recebeu mensagens de leitores pedindo que o total de americanos mortos no Iraque fosse constantemente atualizado no jornal.