O deputado Wang Weizhong pediu a aprovação de uma lei que supervisione a imprensa chinesa. A lei teria dois objetivos distintos: ao mesmo tempo em que protegeria o trabalho investigativo dos jornalistas, também preveniria as atitudes questionáveis de ‘repórteres corruptos’. ‘Um sistema de supervisão maduro e completo é necessário em cada sociedade, mas este sistema não está totalmente estabelecido na China’, afirmou Weizhong durante encontro do Congresso Nacional do Povo (NPC), o Parlamento do país. Segundo ele, a aprovação da lei ajudaria a regulamentar a supervisão da atividade jornalística.
‘Jornalistas que estão fazendo um trabalho investigativo ou tentando denunciar problemas sociais estão sujeitos a vários tipos de obstáculos e são constantemente intimidados. No entanto, ao mesmo tempo há casos em que repórteres imorais fazem chantagem com empresas ou indivíduos, ameaçando-os de ‘exposição negativa’’, acusou o legislador, que afirmou ainda que a lei explicitaria formas de garantir o direito dos jornalistas às informações, à cobertura de eventos e à liberdade para fazer investigações. ‘Aqueles que estão tentando impedir os jornalistas de divulgar a verdade devem ser severamente punidos sob acusações de impedir a supervisão pública e negar o direito à população de ser informada’, completou.
Curiosamente, a China é criticada internacionalmente por sua dura censura à mídia. Veículos impressos que publicam artigos que desagradam o governo são suspensos e têm seus editores demitidos. Dezenas de jornalistas já foram presos. Sítios de notícias e blogs que divulgam assuntos delicados ou fazem críticas governamentais são fechados. Recentemente, o país se viu envolvido em polêmica com empresas de internet dos EUA, acusadas de cooperar com a censura do governo para operarem comercialmente na região. A administração do presidente Hu Jintao é acusada de violar a constituição chinesa em uma campanha para aumentar o controle sobre o fluxo de informações ao público. Nesta tendência, quem força os limites de tolerância oficial é punido. Com informações da Xinhua [9/3/06].