A Amazon está desenvolvendo aviões não tripulados, ou drones, que, segundo seu fundador, Jeff Bezos, poderão ser usados para entregar encomendas a clientes dentro de cinco anos. “Sei que parece um pouco ficção científica, mas não é”, disse Bezos ontem (2/12), ao anunciar um dispositivo preto com oito propulsores e uma garra que prende uma cesta amarela na “barriga”.
Bezos disse no programa 60 Minutes, da rede de televisão americana CBS, que os drones poderão entregar pacotes com peso de até 2,3 kg em apenas 30 minutos após terem sido encomendados no site da Amazon. “Não quero que ninguém pense que isso vai acontecer logo. Acho que o processo poderá levar de quatro a cinco anos”, afirmou.
A Amazon disse que teve de pedir autorização à Federal Aviation Administration – a agência que supervisiona o tráfego aéreo nos Estados Unidos – para usar os drones, que a companhia está chamando de octocópteros. Bezos informou que a Amazon ainda precisa trabalhar mais na tecnologia para se certificar de que os drones não pousarão acidentalmente na cabeça das pessoas.
Inovação rápida
O serviço proposto, que a Amazon está chamando de Prime Air, seria o exemplo mais extremo dos esforços da companhia para abocanhar mais negócios dos grupos varejistas tradicionais, com velocidades de entrega cada vez mais rápidas. Perguntada se as entregas feitas por drones seriam mais baratas que as feitas por via terrestre, uma porta-voz da Amazon não respondeu diretamente à pergunta, mas disse: “Estaremos prontos para entrar em operação comercial assim que as regras necessárias forem implementadas.”
A porta-voz também afirmou que os oito motores dos drones são elétricos, “o que os tornam basicamente mais benéficos ao ambiente que os veículos que fazem entregas hoje”. Ela acrescentou: “Esperamos uma rápida inovação nessa área em um período de tempo relativamente curto.”
A Amazon divulgou um vídeo em seu site na internet que mostra um drone decolando de um de seus armazéns e pousando do lado de fora de uma casa. Bezos informou que eles seriam programados com coordenadas de GPS.
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Barney Jopson, do Financial Times, em Nova York