A Record estreia esta semana a série Breaking Bad. Sucesso no mundo todo, a trama estrelada por Bryan Cranston e Aaron Paul conta a história de um professor de química que decide traficar metanfetamina após descobrir que está com câncer terminal. Seu objetivo é poupar dinheiro para que sua família viva bem após sua morte.
O problema é que a Record esqueceu dois pontos básicos nessa aposta. O primeiro é que Breaking Bad é uma série que faz muito mais sentido legendada. Ou você acredita que o Yo, bitch, bordão do personagem Jesse Pinkman, vai virar mania no Brasil seja qual for a tradução? Seria louvável se a Record transmitisse o seriado legendado, algo realmente inovador em TV aberta.
O segundo ponto que a emissora “esqueceu” e que é o mais importante: Breaking Bad instiga a curiosidade do telespectador. A história de Walter White não é como a trama de House, por exemplo, em que a maioria dos episódios não possui tramas interligadas. Em Breaking Bad, os capítulos se completam e toda a saga só irá terminar quando o último capítulo da quinta temporada for ao ar. O que deve acontecer daqui a alguns anos na Record.
Controle remoto se transformou em mouse
Percebam: qual fã da série irá esperar os mais de 60 episódios para ver o final se o Netflix possui toda a história por R$ 16,90? E o que irá impedir um admirador mais afoito de “dar um Google” em “Breaking Bad online” e, depois de passar por alguns pop-ups, ficar cara a cara com o seriado que vai passar com hora marcada na Record?
Mas a TV aberta atinge uma parcela da sociedade sem internet. Será mesmo? Segundo o Ibope, temos mais de 105 milhões de usuários brasileiros na web, e metade pertence às classes C, D e E.
Em resumo, Breaking Bad na Record é uma aposta (alta) em tempos em que o controle remoto se transformou em mouse.