Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Drones começam a ganhar espaço na apuração de notícias

A tarefa não é fácil: capturar imagens aéreas de enchentes, protestos e zonas de conflito sem colocar em risco a vida dos repórteres. Aos poucos, os drones passam a ser utilizados em diferentes funções no jornalismo. O caminho para que se tornem algo comum no meio, no entanto, ainda é longo.

Drone é um veículo aéreo não tripulado que é controlado à distância por humanos. Ele é mais utilizado por serviços de inteligência e forças armadas, mas cada vez mais está sendo considerado por veículos de comunicação para realizar reportagens e apurar notícias.

No Reino Unido, a BBC já usa drones para produzir imagens para reportagens, e a Sky News montou uma equipe de três pessoas designadas para descobrir novos meios de utilizar drones e outras tecnologias como o Google Glass na produção de reportagens.

Desafios

Os benefícios do uso do drone no jornalismo são muitos: os custos financeiros mais em conta na produção de imagens aéreas, por ser mais barato do que um helicóptero; e uma maneira mais segura de cobrir zonas de conflito sem colocar em risco a vida de repórteres e cinegrafistas. Ainda assim, essa nova tecnologia apresenta os seus desafios.

Existem limites legais e até restrições para a utilização em alguns países, como os EUA e a Rússia. No Reino Unido, para voar com um veículo aéreo não tripulado é necessário uma licença da Autoridade de Aviação Civil, e para obter essa licença o veículo de comunicação tem que cumprir uma série de normas – como não voar por cima de multidões e não se aproximar a menos de 50 metros de um prédio ou propriedade sem permissão.

Dean Wynton, piloto da Aerosight e especialista em fotografias aéreas que já trabalhou com a BBC, explica algumas das dificuldades para que o uso de drones se torne comum no jornalismo: “A tecnologia ainda não está preparada para transmissões ao vivo. No máximo, você vai conseguir 10 minutos de um drone até que a bateria acabe”. Sobre voar por cima de multidões, ele diz: “Pode matar alguém. Estamos falando de uma máquina que pode falhar como qualquer outra”.