O processo de pão e circo foi repaginado aos novos tempos. Os olhos não piscam para não perder cada simples momento. Desse espetáculo dramático, mas interpretado como comédia, a audiência cresce em demasia na copa ou em uma tragédia.
O vídeo confunde muito mais do que evidentemente explica. As imagens embaralham-se nas telas e somente intensificam a errônea cultura de que a verdade está naquilo que se vê. Há uma necessidade de espetacularizar para o outro crer.
As telenovelas abordam a história de forma ideologizada. Os telejornais noticiam os fatos de maneira manipulada. Nas redações cortam as cenas reais para atender ao objetivo: seguir a linha editorial numa espécie de marketing agressivo.
Feito apenas para vender e atender a interesses comerciais, deliberadamente (in)formando e monopolizando os ideais, com sua própria verdade conquistam a admiração da platéia, que por não ter senso crítico encanta-se com essa odisséia.
Engolindo sem mastigar tudo o que lhe é dado por refeição, de maneira escravocrata onde se volta para comer na mão dos que transformam o público em marionetes sem opinião, a máfia imprensa-anunciantes possui a própria ética e razão.
Não perca o senso crítico
Editam debates e influenciam a intenção dos eleitores, auxiliam nos mandatos de presidentes e governadores, o noticiário é uma extensão do horário político eleitoral, mas de maneira mascarada, na edição do que é factual.
Em quem confiar nessa guerra de interesses declarados? Mistura-se opinião com notícia e multiplicam-se alienados, a imparcialidade é a maior utopia no assunto comunicação, não há critérios ou leis para os produtores da informação.
Se a verdade não exige explicação, tão pouco necessita de edição. Tire a venda, não perca o senso crítico e não venda a sua opinião, não vá perder o foco dos problemas ao sorrir das gracinhas da TV ou fatalmente atrás da tela, sempre existirá alguém rindo de você.
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Estudante e repórter da Rádio Roquette-Pinto, Rio de Janeiro, RJ