Foi inaugurada nesta quinta-feira (30/3) a Washington Post Radio, estação de rádio do jornalão homônimo de Washington. ‘Porque há sempre algo mais na notícia’, anunciou o apresentador no início da transmissão, às 5:30 da manhã. A estação é uma parceria entre o Washington Post e a Bonneville International Corp., e foi anunciada há menos de três meses pelas duas companhias.
A programação do primeiro dia contou com serviços como previsão do tempo e trânsito e boletins com longas discussões sobre notícias e temas comportamentais. A estação mostrou ser também um veículo de propaganda para o próprio Post, visto que diversos de seus repórteres foram entrevistados pelos apresentadores ao longo do dia. Para constar: as participações eram feitas de um estúdio construído dentro da redação do jornal.
Jill Carroll em pauta
Os jornalistas debateram questões variadas, como a reforma da lei de imigração, a situação no Iraque e a viagem da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, à Alemanha. A notícia da libertação da repórter Jill Carroll em Bagdá, logo na primeira hora de transmissão, veio como vantagem e esquentou a programação da recém-nascida estação, que logo abandonou seu roteiro e começou a improvisar. O apresentador Mike Moss entrevistou Jackie Spinner e Rajiv Chandrasekaran, repórteres do Post e amigos de Jill que trabalharam com ela no Iraque; os dois lembraram os ouvintes sobre os incidentes durante o seqüestro. Pouco depois, Moss entrevistou o correspondente do Post Jonathan Finer, que deu maiores detalhes sobre a libertação da jornalista direto de Bagdá.
Alguns tropeços também fizeram parte da estréia. Deixas perdidas e falas que foram ao ar durante os comerciais foram alguns dos problemas. Mudanças de um assunto para outro também foram, por vezes, abruptas; e, mais notadamente, um debate sobre o governo Bush se transformou bruscamente em uma conversa sobre vídeo games. As críticas iniciais, entretanto, sugeriram que a programação da estação foi interessante o suficiente para se adequar aos anseios de um dos públicos mais famintos por notícias dos EUA. Informações de Paul Farhi [Washington Post, 31/3/06].