Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ciclo de conferências celebra centenário do escritor

Um ciclo de conferências, que ocorrerá nesta quinta (27/03) e sexta-feira (28/03), celebrará, na Cidade do México, o centenário do nascimento do escritor Octavio Paz, um dos nomes mais destacados da literatura latino-americana do século 20. Celso Lafer, presidente da Fapesp, será um dos conferencistas, participando da mesa dedicada ao tema “La democracia en el orbe ibero-americano” (A democracia na esfera ibero-americana). Outros destaques serão as participações do escritor espanhol Juan Goytisolo, do filósofo búlgaro radicado na França Tzvetan Todorov, do escritor mexicano Jorge Castañeda e do ex-presidente do Uruguai Julio María Sanguinetti.

Prêmio Nobel de Literatura de 1990, Paz nasceu na Cidade do México em 31 de março de 1914 e morreu em 19 de abril de 1998, na mesma localidade. Como poeta e ensaísta, deixou uma vasta obra, na qual sobressaem A la orilla del mundo (1942), El arco y la lira (1956), Blanco (1966) e Sor Juana Inés de la Cruz o las trampas de la fe (1982).

Muito reputadas são também suas traduções do poeta japonês Matsuo Basho e do poeta português Fernando Pessoa. Diplomata, serviu na França, onde fez amizade com André Breton e foi influenciado pelo movimento surrealista, e depois no Japão. Mais tarde, foi embaixador mexicano na Índia.

Episódio marcante

Lafer tornou-se amigo de Octavio Paz na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, quando frequentou seu curso Teoria e Prática da Poesia, do Simbolismo aos Nossos Dias. Rememorando esse período, escreveu, em artigo publicado em O Estado de S. Paulo: “Ithaca, onde se situa Cornell, está distante da ebulição dos grandes centros. Isto facilitou uma convivência mais próxima e permitiu grandes conversas sobre os temas do curso, que foi uma deslumbrante defesa da poesia e da presença poética por um grande poeta.”

Impactado pela personalidade de Paz, Lafer empenhou-se na tradução de sua obra no Brasil, aproximando o escritor mexicano do brasileiro Haroldo de Campos, que foi o grande tradutor de Blanco.

No artigo mencionado, Lafer relembrou um episódio especialmente marcante: “Octavio valorizou a leitura pública da poesia na qual a palavra viva coincide com a palavra vivida por meio da participação, no poema, dos ouvintes. O alcance deste laço entre o poeta e o grupo que o escuta é o que pude presenciar acompanhando Octavio e Haroldo, quando transformaram o Anfiteatro da USP em La casa de la presencia, lendo sucessivamente, dividida oralmente em partes, Blanco no seu original e na sua transcrição para o português.”

Mais informações sobre o evento e as homenagens a Octavio Paz no México em: http://www.octaviopaz.mx/octavio-paz-y-el-mundo-del-s-xxi/