CANDIDATO SERRA
A Saída de Serra
‘No dia 14 de setembro de 2004, o então candidato do PSDB ao Executivo
paulistano subscreveu a seguinte declaração: ‘Eu, José Serra, comprometo-me, se
eleito prefeito do município de São Paulo no pleito de outubro de 2004, a
cumprir os quatro anos de mandato na íntegra, sem renunciar à prefeitura para me
candidatar a nenhum outro cargo eletivo’. Quebrou o compromisso aos 15 meses de
gestão, a fim de pleitear o governo do Estado.
Mesmo se não houvesse o documento (assinado em sabatina promovida por esta
Folha) nem palavra empenhada, a saída de Serra seria ruim para São Paulo.
Administrar uma cidade cuja população supera a de Portugal ou a da Suécia, por
exemplo, já é um desafio em si. O volume e a complexidade dos problemas urbanos
da capital paulista só tornam mais custoso aos munícipes qualquer ato que
implique descontinuidade e/ou incerteza administrativa.
Os tucanos negociaram uma tutela sobre o vice que assume, Gilberto Kassab.
Mas, até porque esse tipo de acordo tende com o tempo a tornar-se letra morta,
ele não apaga as dúvidas sobre o futuro da administração. A pouca experiência no
Executivo municipal do pefelista está associada a um governo particularmente
desastroso não apenas no campo ético.
Ao deixar o posto, José Serra viola o que, do ponto de vista dos princípios,
teria sido melhor preservar. Mas seu movimento é apenas mais uma prova de que a
política é exercida em um ambiente instável, no qual os parâmetros mudam sem
cessar e as conveniências freqüentemente suplantam os princípios.
Se a eleição fosse hoje, de acordo com o Datafolha, o desempenho do PSDB no
pleito estadual passaria da derrota certa à vitória folgada, em primeiro turno,
com a presença de Serra como candidato. O partido enxerga no ex-ministro da
Saúde uma grande probabilidade de conquistar pela quarta vez consecutiva o cargo
responsável pelo segundo maior orçamento da República.
Caberá ao eleitor paulista -decerto instado pelos adversários de Serra na
campanha- a decisão de punir ou não o postulante do PSDB por ter quebrado o
compromisso de permanecer prefeito até 2008.’
***
Ex-prefeito prometeu por escrito ir até o fim
‘José Serra assinou em 14 de setembro de 2004 um documento no qual se
comprometia a cumprir integralmente seu mandato na Prefeitura de São Paulo, caso
fosse eleito. Eleito, ficou 454 dias no cargo.
Ao renunciar, Serra rompe o compromisso, mas deixa a Prefeitura com 44% dos
moradores da cidade considerando a sua gestão como ótima ou boa. Também sai como
favorito a vencer as eleições ao governo de São Paulo: tinha entre 50% a 58% das
intenções de voto para se tornar o novo ocupante do Palácio dos Bandeirantes,
como mostrou a última pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 16 e 17 de
março.
O agora ex-prefeito de São Paulo assinou o compromisso de cumprir todo o
mandato após sabatina promovida pela Folha durante a campanha de 2004. Na época,
Serra era cobrado por adversários e eleitores. Eles queriam saber se o tucano
cumpriria todo o mandato. No final da entrevista, foi instado a assinar um
compromisso escrito. Relutou: ‘Minha palavra basta’. Em seguida, disse que, para
evitar ‘especulações’, assinaria. E assim fez.’
CASO NOSSA CAIXA
Caso Nossa Caixa já foi investigado, diz Lembo
‘O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), 71, assume o cargo
prometendo seguir à risca o estilo de seu antecessor. A exemplo de Geraldo
Alckmin, Lembo acha que as suspeitas de ingerência do governo nas verbas de
publicidade da Nossa Caixa não devem ser investigadas.
Lembo diz que a gestão tucana foi ‘impecável’ e que a transparência é
‘total’, embora todos os 69 pedidos de CPIs tenham sido arquivados. Por isso
pretende dar continuidade a obras e projetos de Alckmin, com ‘simplicidade’.
‘Não tenho sonho político, tenho realismo. Vamos melhorar o Brasil. Não pode
continuar a democracia com tanta fragilidade’
‘Se o Geraldo foi franciscano, eu vou ser um franciscano descalço’, afirma o
pefelista, que é chamado de ‘picolé de chuchu light’, referência ao apelido de
Alckmin.
Ele gosta do nome. ‘Porque colorido é perigoso, pode ferir os olhos alheios.
Eu prefiro não ferir nem os olhos nem o sabor.’
Quanto à doação de 400 vestidos a Lu Alckmin pelo estilista Rogério
Figueiredo, o que a ex-primeira-dama nega, Lembo afirma que não seriam
oferecidos vestidos à sua mulher. ‘Ela é uma mulher do lar, fechada, que não tem
grande presença social.’
O pefelista defende seu conservadorismo, diz ter se casado virgem, não ter
tempo de ir ao cinema e não ler livros de ficção, gênero que acha ‘medíocre’.
Ele critica a ‘promiscuidade’ de muitos políticos e afirma que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva possui ‘traços populistas’.
Leia trechos da entrevista concedida à Folha no Palácio dos Bandeirantes,
anteontem, véspera de sua posse.
Folha – Qual o perfil ideal para o vice de Alckmin nessas eleições?
Lembo – Tem que ser um nordestino, de raízes populares, com formação
universitária e com experiência administrativa. Nascido do voto popular para a
política.
Folha – O senador José Jorge [PFL-PE] é um bom nome?
Lembo – É um bom nome. Ele e outros do Nordeste, o [José] Agripino [RN]. São
bons nomes.
Folha – Esse critério elimina o senador Jorge Bornhausen [SC].
Lembo – Com muita clareza. Não pode ser alguém do Sul ou Sudeste, claro, se o
governador é de São Paulo, tem que ser alguém que represente outra parte do
Brasil.
Folha – O que um político tem que ter para ser vice do Alckmin?
Lembo – Tem que ser um homem que compreenda que a função dele é a de realizar
a filosofia do governante. Se receber funções delegadas, deve realizá-las. Se
não, deve ficar silencioso, esperando, em expectativa, o que possa acontecer.
Vice tem que ser silencioso. Vice tem que ser humilde. É um caso típico de
auto-restrição da própria vontade.
Folha – O vice é alguém em expectativa o tempo todo?
Lembo – Sempre. E isso exige nervos de aço.
Folha – Que momento da gestão Alckmin exigiu nervos de aço?
Lembo – Eventualmente, a escolha de algum secretário. Posso ter achado que
não era o melhor.
Folha – O sr. pode mudar agora.
Lembo – Estou mudando, fazendo um secretariado que seja um pouco da minha
personalidade.
Folha – Houve algum momento de discordância do Alckmin?
Lembo – Não, discordância eu não tive. Foi um governo linear.
Folha – Mas impecável?
Lembo – Impecável.
Folha – Uma das críticas da oposição é a falta de transparência.
Lembo – Mas é ingênuo. Primeiro, [criar CPIs] é uma função interna da
Assembléia, que não teve nenhuma interferência. Segundo, o caso específico [da
Nossa Caixa] foi objeto de uma sindicância, o presidente da Nossa Caixa enviou a
documentação para o Ministério Público, para o Tribunal de Contas, e o caso era
muito simples. Todo contrato pode ser prorrogado. Esqueceram o formalismo da
prorrogação por escrito e continuaram fazendo liberação de verbas com o
contrato.
Folha – Simplesmente esqueceram, foi uma falta de atenção?
Lembo – Foi, e isso acontece com o ser humano, mas não tinha malícia. A
transparência está total.
Folha – Então o sr. não vai tomar nenhuma providência?
Lembo – Claro que se toma providência. Primeiro, houve a sindicância. Já foi
tomada a providência máxima. Daqui para a frente vamos acompanhar o que
aconteceu, ver e rever procedimentos.
Folha – O sr. concorda com argumentos segundo os quais se José Serra
continuasse na prefeitura e o PT elegesse o governador ele ficaria
asfixiado?
Lembo – O Serra na prefeitura e um governo do PT no Estado seria uma
tragédia. Repetir o Brasil em SP seria muito mau para os brasileiros.
Felizmente, o Serra saiu candidato, com possibilidade de vitória, e a gente
evita que SP seja um outro Brasil. Nós, brasileiros de SP, não temos consciência
de como estamos vivendo num Estado de segurança jurídica, de respeito à pessoa,
de capacidade de desenvolvimento econômico, o que o Brasil não tem.
Folha – Qual é a marca que o sr. vai deixar no governo?
Lembo – Da simplicidade. Se o Geraldo foi franciscano, eu vou ser um
franciscano descalço.
Folha – O sr. imaginou que o PFL fosse crescer tanto em SP?
Lembo – Foi um milagre. Acredito em milagre e estou muito satisfeito pelo PFL
ter chegado, depois de tanto esforço, ao governo de SP, à prefeitura de São
Paulo e à Assembléia Legislativa.
Folha – É possível, em nove meses, converter isso em voto?
Lembo – Se a sociedade achar que fomos bem, converte em voto. Imagino que é
possível ao menos fazer um trabalho pedagógico de mostrar que se pode governar
com sobriedade.
Folha – Qual é sua pretensão política?
Lembo – Ajudar sempre o partido. […] É preciso que o Brasil tenha uma visão
liberal.
Folha – Qual é o lugar que o PFL deve ocupar no eleitorado?
Lembo – O PFL tem que ter muito nitidamente um traço: um partido conservador.
O que falta no Brasil é a coragem de se afirmar conservador. Ser conservador é
ser preservador da liberdade, dos direitos sociais, da dignidade humana. Agora,
essa conotação de direita, esquerda… E todo mundo quer ser de esquerda, e se
mostram defensores de seus interesses particulares. Vou tentar mostrar nesses
nove meses que é possível ser conservador e ter uma visão social nítida.
Folha – Como se traduz esse conservadorismo no seu dia-a-dia?
Lembo – Respeito ao outro, não ser promíscuo. Tenho visto nos noticiários
muita promiscuidade.
Folha – O sr. está falando da ‘casa do lobby’?
Lembo – Estou falando de tudo o que li nos jornais sobre o que aconteceu em
Brasília. E que é deplorável. Eram homens públicos que se mostraram de uma
devassidão de costumes que não é boa para a sociedade.
Folha – Em SP, o PFL abriria mão da vice ou do Senado em nome da amplitude da
aliança de Serra?
Lembo – Acho que não deve abrir. Temos que preservar espaços majoritários,
vice, Senado, temos que ser firmes nisso.
Folha – A vitória de Alckmin depende do seu desempenho?
Lembo – Não. Claro que eu não posso ter um governo desastrado.
Folha – Mas qual o ponto que exigirá maior vigilância? Segurança?
Lembo – Segurança é vigilância permanente. Educação, saúde, tudo vigilância
constante.
Folha – Qual será o seu foco de atenção?
Lembo – Todos. […] De onde não parece, as coisas podem acontecer.
Folha – Lu Alckmin continuará a comandar programas sociais?
Lembo – Não, a minha mulher vai assumir e dar o traço dela, de sobriedade e
apoio social.
Folha – O sr. permitiria que ela aceitasse 400 vestidos?
Lembo – Em primeiro lugar, o estilista não ia oferecer a ela. Segundo, eu
diria que tem que se ver como aconteceu essa hipótese.
Folha – Por que o estilista não daria o vestido para a sua mulher?
Lembo – Não daria pelo estilo da minha mulher. Ela é uma mulher do lar,
fechada, que não tem grande presença social nem quer ter. Ela é uma senhora,
avançada nos anos como eu. A gente vai lá no Antonio da r. Herculano de Freitas,
que cobra R$ 10 para fazer calça, R$ 30, posso te apresentar.
Folha – É lá que faz suas roupas?
Lembo – Não, minha mulher faz muita coisa lá. Eu faço no Rogélio, que é lá na
r. Peixoto Gomide. São meio tortinhas, mas são bonitas.
Folha – Ele vai gostar de o sr. dizer que são tortinhas?
Lembo – São direitinhas. Eu que sou torto, e o terno fica torto.
Folha – O que o sr. lê?
Lembo – Eu não leio mais ficção. Na idade em que estou, eu já li tudo, então
a ficção é medíocre. Estou lendo ‘A Expansão do Pensamento Cristão’, sobre a
expansão do cristianismo e o conflito com o islamismo. Para entender e tentar
fazer uma aliança de civilizações.
Folha – Qual o último filme que viu?
Lembo – No cinema, foi ‘Cidade de Deus’. Portanto, não vou ao cinema. Não
tenho tempo.
Folha – O sr. bebe?
Lembo – Socialmente.
Folha – Já usou psicotrópicos?
Lembo – Nunca.
Folha – O sr. casou virgem?
Lembo – Casei virgem. E sou fiel.
Folha – Vai à igreja com freqüência?
Lembo – Não. Vou regularmente, não com freqüência.
Folha – O sr. reza todos os dias?
Lembo – Eu penso.
Folha – De que músicas gosta?
Lembo – Gosto de chorinho, jazz, música clássica. Eu sou eclético.
Folha – Torce para algum time?
Lembo – E sofro muito. Sou palmeirense.
Folha – O sr. acha que tem um gosto popular?
Lembo – Não sou populista. Nem quero ser. Acho esse um dos perigos da América
Latina hoje. Populista é irracional, produz na sociedade situações
perigosíssimas.
Folha – O Lula é populista?
Lembo – Tem traços. E digo mais: após os incidentes de Brasília, ele está
mais populista ainda. O que é mau. Ele deveria eventualmente ter uma visão mais
de estadista do que de populista.
Folha – O que acha de ser apelidado de ‘picolé de chuchu light’?
Lembo – Acho ótimo, viu? Porque colorido é perigoso, pode ferir os olhos
alheios. Eu prefiro não ferir nem os olhos nem o sabor.
Folha – Prefere passar despercebido?
Lembo – É bom. Se em nove meses eu passar despercebido, trabalhando o tempo
todo, será muito bom. Depois as pessoas vêem. E podem ter saudades.
Folha – O sr. não tem vontade de concorrer a um cargo executivo?
Lembo – Não. Nunca a um cargo proporcional. […] Mas estou sempre pronto a
qualquer disputa, se necessário, a cargo majoritário.
Folha – Mas o sr. já disse que desistiria da política depois de ser
governador.
Lembo – Estou dizendo que a minha visão é que, aos 72 anos, idade com que vou
deixar isso aqui, se deixar, porque posso ser como o Tancredo Neves [que morreu
antes de assumir a Presidência, em 1985], de hoje para amanhã, acho que aos 72
se deve abrir espaço para os outros, mas não quer dizer que deixe a
política.
Folha – Se Alckmin for eleito e convidá-lo para um ministério, o sr.
aceita?
Lembo – Vamos pensar, primeiro vamos eleger o Alckmin, depois vamos pensar
nisso.
Folha – Qual o seu sonho político?
Lembo – Não tenho nenhum sonho político, tenho realismo político. Vamos
melhorar o Brasil. Não pode continuar a democracia com tanta fragilidade
moral.
Folha – Qual o seu lugar preferido em São Paulo?
Lembo – O Pátio do Colégio. O centro da cidade. Eu pego meu carrinho, um
[Ford] Ka, e vou todo fim de semana sozinho, ou com minha mulher, correr o
centro histórico loucamente, porque é sempre a mesma coisa. Eu gosto daquilo, eu
acho bonito.
Folha – O sr. já foi assaltado?
Lembo – Fui uma vez, tive um bom diálogo com o assaltante. Uns quatro, cinco
anos atrás. Tive que dar um pouquinho [de dinheiro], porque ele estava
trabalhando. Ele estava lutando. Não aceito a luta dele, porém entendo.
Folha – O que o sr. vai trazer para o Palácio dos Bandeirantes?
Lembo – Eventualmente um terno, uma camisa e uma cueca.
Folha – Nem um porta-retrato?
Lembo – Não, não tenho. Os retratos são o passado. Guarde o passado na sua
alma e não exiba.’
POLÍTICA CULTURAL
Discursos de Gil viram bibliografia de concurso do MinC
‘O concurso para a contratação de novos funcionários pelo Ministério da
Cultura listou na bibliografia exigida um livro que reúne discursos proferidos
pelo ministro da pasta, Gilberto Gil.
As inscrições começaram na quarta passada. O edital relacionava o livro
‘Discursos do Ministro da Cultura Gilberto Gil’ na bibliografia para cargos
oferecidos na área de cultura e educação.
A retirada do livro da lista das obras necessárias ao candidato só ocorreu
depois que o Ministério da Cultura foi procurado pela Folha, interessada em
ouvir as explicações sobre a presença dos discursos do ministro na bibliografia
essencial.
O edital está à disposição dos interessados desde sua publicação no ‘Diário
Oficial’, em 13 de março. Se retirou a ficha de inscrição antes de quarta-feira,
o candidato pode estar até agora sem saber que o livro de Gil saiu da
bibliografia. No edital corrigido na internet não há referência à retirada do
livro com os discursos.
‘Do-In Antropológico’
O ministério está oferecendo 215 vagas. Para disputar 51 delas (23,7%, quase
um terço das novas contratações), o candidato deveria ler o livro com os
discursos do ministro, editado pelo próprio ministério em 2003.
A obra a que o edital se referia também é conhecida pelo título ‘Do-In
Antropológico’, expressão cunhada pelo ministro em seu discurso de posse no
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em janeiro de 2003.
O livro relaciona parte dos 50 discursos proferidos por Gil ao longo daquele
ano. Teve tiragem limitada a 5.000 volumes, com distribuição dirigida a órgãos
da área de cultura. A obra não foi posta à venda. Não pode ser adquirida em
livrarias.
O livro com discursos do ministro aparecia na bibliografia na companhia de
obras de autores como o filólogo, enciclopedista e crítico literário Antônio
Houaiss (1915-1999) e de manuais técnicos nas áreas de editoração e
administração, por exemplo.
As vagas para as quais era exigida a leitura dos discursos são todas da
chamada ‘área 5’ do concurso, que engloba carreiras dos setores de cultura e
educação.
Deveriam ler o livro os candidatos a técnico em promoção e divulgação (cinco
vagas) e técnico em pesquisa (quatro vagas) da Fundação Biblioteca Nacional, no
Rio de Janeiro.
Também era obrigatória a leitura dos discursos para candidatos a pesquisador
(uma vaga) e a técnico (uma vaga) da Fundação Cultural Palmares (Brasília).
A exigência valia ainda para os cargos de técnico em assuntos culturais (uma
vaga, no Rio) e de administrador cultural da Fundação Nacional de Artes
(Funarte), que oferece 28 vagas em Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e
Rio.
O edital também relaciona seis vagas para técnico em assuntos educacionais e
cinco para técnico em assuntos culturais para trabalhar no Ministério da
Cultura, em Brasília. Nos dois casos, a leitura da obra de Gil era
obrigatória.
As inscrições para o concurso só podem ser feitas pela internet. Elas serão
aceitas até 19 de abril no site http://concurso.fgv.br/inscricao/minc06.
Vagas com graduação
Os cargos de nível superior oferecidos terão salário inicial de R$ 1.768,86,
com 40 horas semanais de trabalho. A taxa de inscrição custa R$ 44,22. Todas as
vagas para as quais os discursos do ministro tinha a leitura obrigatória são de
nível superior.
O edital informa que, se aprovado no concurso, o candidato inscrito no
capítulo ‘Cultura e Educação’ terá de desenvolver no serviço, entre outras
tarefas, ‘a cooperação entre as diversas áreas do conhecimento e instituições de
ensino e pesquisa’ e ‘ações de capacitação e treinamento para o exercício de
atividades culturais’.
O ministério oferece ainda vagas para profissionais com nível médio de
ensino, nos cargos de agente administrativo (15) e técnico em contabilidade (3).
Para esses concorrentes, o salário inicial é de R$ 1.560,98, com carga semanal
de 40 horas de trabalho. A taxa de inscrição para o candidato sem curso superior
custa R$ 39,02.’
***
Ministério diz que inclusão de livro foi engano
‘O Ministério da Cultura classificou como um engano a colocação de um livro
que reúne discursos do ministro Gilberto Gil na bibliografia do recém-aberto
concurso público para 215 novas contratações.
De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, por causa do suposto
engano foi providenciada uma retificação ao edital do concurso.
Somente na quarta-feira, data em que as inscrições começaram e dois dias após
a primeira consulta da Folha ao ministério, houve a retirada de ‘Os Discursos do
Ministro da Cultura Gilberto Gil’ da relação dos livros exigidos para as provas
do concurso.
O suposto engano, informou a assessoria de imprensa, foi cometido por
funcionários da área de recursos humanos do ministério, que teriam sido os
responsáveis pela preparação do edital e sua publicação no ‘Diário Oficial’ da
União.
De acordo com a assessoria, nas reuniões preparatórias do edital foram
apresentadas diversas bibliografias para as diferentes carreiras relacionadas no
concurso. De algumas dessas bibliografias constava o livro editado pelo
Ministério da Cultura com os discursos de Gil.
Mesmo assim, ainda conforme informou a assessoria de imprensa do ministério,
o livro não deveria ter sido incluído na bibliografia apresentada no edital.
A retirada deveria ter ocorrido antes da publicação do edital no ‘Diário
Oficial’ e de sua divulgação no endereço eletrônico específico para o concurso
público. Isso não aconteceu. Somente há três dias a obra de Gil saiu da
bibliografia.’
TELEVISÃO
Globo aprova ‘reality’ de Caco Barcellos
‘A cúpula da Globo aprovou na semana passada o projeto de um novo programa
jornalístico comandado por Caco Barcellos. Ao contrário do que se possa
imaginar, ‘Profissão Repórter’, nome da atração, não será exclusivamente feito
de reportagens investigativas, marca do repórter.
‘O programa será o Caco à frente de seis jovens jornalistas que saem para
cobrir determinado assunto simultaneamente. Se a reportagem é sobre trânsito, um
repórter vai de ônibus, outro de carro, outro de caminhão. Vamos mostrar pontos
de vista diferentes sobre um mesmo assunto’, define Luiz Cláudio Latge, diretor
de jornalismo em São Paulo.
Outra novidade é que o programa mostrará como a reportagem foi feita, o que
lhe dará ares de ‘reality show’. ‘Será interessante documentar na reportagem o
impacto que uma cena de acidente de trânsito causa em um repórter iniciante’,
exemplifica Latge.
O piloto de ‘Profissão Repórter’, sobre trânsito, foi gravado no ano passado.
Está sendo adaptado para virar um ‘Globo Repórter’, o último de abril. A partir
de 7 de maio, a atração vira um quadro do ‘Fantástico’, com 12 minutos. Se for
bem, tem chances de virar programa fixo em 2007.
Segundo Latge, ‘Profissão Repórter’ terá temas atuais, que estiveram em
evidência na última semana. Mas poderá realizar pautas de comportamento e até
cobrir a final de um torneio de futebol.
OUTRO CANAL
Terceirização 1 O jornalista Ricardo Valladares vai assumir funções no SBT
que eram do mexicano Eugenio Lopez, que ontem deixou a vice-presidência. Silvio
Santos delegou a Valladares a supervisão de jornalismo, teledramaturgia e
programas. A grade e a escalação de filmes continuam ‘monopólio’ do dono do SBT.
Terceirização 2 Assim, Silvio Santos se livrou das queixas diretas dos
artistas da casa. E Gugu Liberato e Ratinho, que viviam às turras com Valladares
quando ele era crítico de ‘Veja’, terão agora de discutir seus programas com o
‘ex-desafeto’.
Organograma Em comunicado oficial, o SBT anuncia que seu conselho executivo
agora é composto por Guilherme Stoliar (supervisiona a área comercial e
afiliadas), Valladares, Roberto Franco (operações) e José Roberto Maciel
(administração).
Vozeirão A TV Cultura convidou Ed Motta para ser o âncora do ‘Metrópolis’,
que passará a ser semanal. Mas como o programa é ao vivo e Motta viaja para
shows, recusou a proposta. A Cultura tenta agora convencê-lo a fazer uma
‘coluna’ sobre música.
Break Pela primeira vez, a Globo usou anteontem todos os intervalos de um
programa (o filme ‘Lisbela e o Prisioneiro’) para anunciar sua ‘nova’
programação. A operação teve certo sigilo. As afiliadas souberam da novidade
numa convenção (e não por satélite aberto).’
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