À medida que o uso da internet se torna cada vez mais comum em aparelhos móveis, como telefones celulares e tablets, os jornais não apenas estão tendo dificuldades para realizar a transição, mas estão ficando para trás. Em 2014, pela primeira vez, o montante de tempo que os americanos gastam consumindo mídia nos aparelhos móveis irá exceder o tempo gasto no computador, de acordo com um relatório realizado pelo eMarketer divulgado em abril. Quase um quarto (23,3%) da média diária de consumo dos americanos este ano será em aparelhos móveis, comparado a 18% no desktop.
O mercado de aplicativos de jogos e de redes sociais irá se beneficiar dessa transição, já que a parcela de consumidores é muito maior em aparelhos móveis do que em desktop. A redes sociais constituem cerca de um quarto (24,5%) do tempo que os usuários gastam nos smartphones e tablets (23%), comparado a 15,5% do tempo em desktop. O mercado de jogos online constitui 4,4% do tempo gasto pelos usuários em smartphones e 5,8% em tablets.
Já os jornais representam apenas 0,9% do tempo que os usuários gastam quando navegam na internet via desktop. Esse número cai para 0,2% em smartphones e 0,4% em tablets. “As publicações estão investindo toneladas de dinheiro para realizar a transição para o mundo digital, mas ainda não descobriram uma fórmula”, diz Rachel Pasqua, chefe da área móvel na agência de consultoria de mídia MEC.
Uma das dificuldades enfrentadas pelos jornais na transição para o mercado de aparelhos móveis é que, na maioria das vezes, eles tentam replicar a experiência física de ler jornais em papel para os smartphones. “Eles precisam pensar em novas maneiras de entregar o conteúdo nesse tipo de mídia”, ressalta Rachel.
Porém, nem todos os jornais encontram dificuldades na transição para o mercado de aparelhos móveis. New York Times e Wall Street Journal são exemplos de publicações que têm experiências consideradas positivas no mercado digital. O número de visitantes únicos do Journal em plataformas móveis cresceu de 8.1 milhões em março de 2013 para 11.7 milhões em março de 2014. A audiência do Times aumentou de 19.7 milhões para 27.4 milhões no mesmo período.