A Unimed, em crise, foi posta sob intervenção federal branca pela Agência Nacional de Saúde. A nova diretoria aponta a anterior como uma das principais responsáveis pelas dificuldades da cooperativa, que é a líder do setor no Pará. A situação difícil não se refletia na imprensa. Premiada com farta publicidade, ela era só louvores à Unimed. Subitamente, porém, começaram a aparecer informações e críticas, até então completamente expurgadas do noticiário. Como uma nota na edição do “Repórter 70” de O Liberal do último domingo.
Segundo a nota, escrita com malícia, se a diretoria anterior acumulou dívidas, a nova já acrescentou nove milhões de reais a esse débito desde que assumiu, em meados do ano passado. Só com a ANS o passivo seria de R$ 82, resultante de multas aplicadas pela não prestação de serviços. A cooperativa já teria perdido 50 mil clientes de um total de 350 mil.
Os números podem ser verdadeiros, mas são incompletos. O jornal não fala, evidentemente, da sua própria dívida, que, segundo uma fonte, pode ter tamanho parecido ao que debita à atual diretoria. É o valor da permuta de serviços da cooperativa por anúncios. A mídia encurtou por causa das medidas de economia, mas a Unimed necessitaria de uma carta de crédito, que não é emitida.
A cooperativa (que cedeu meia página no mesmo domingo) tem que esperar pelo aparecimento de mais matérias hostis, tratamento que vem sendo dispensada à Celpa, não por seus erros e falhas, mas pela dívida, de R$ 28 milhões, que teima em cobrar do grupo Liberal. Por enquanto, debalde.