Friday, 18 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1310

O adeus a Wladir Dupont

Faleceu em São Paulo em 2/6, aos 75 anos, de parada cardíaca, Wladir Dupont, que depois de ter deixado as redações notabilizou-se pelo trabalho de traduções literárias, entre elas de clássicos como Octavio Paz, William Faulkner e Mario Vargas Llosa. Foi enterrado com a camiseta do Jabaquara de São Paulo, uma de suas paixões em vida.

Casado com Maria Guadalupe Caballero de Carranza, mexicana, deixa dois filhos: Marcio, designer de produto, e Iara, que herdou o mesmo amor pela escrita, trabalhou como repórter na Cidade do México e hoje é escritora e tradutora em São Paulo. Fica o site do Wladir no ar como homenagem póstuma permanente: http://wladirdupont.blogspot.com.br. Marcio informa que a família fará uma missa mexicana convidando todos os amigos jornalistas.

Paulistano do Bixiga e do Alto do Pari, Wladir iniciou como repórter em 1959, no Jornal do Brás e em O Tempo. Depois, foi para a revista Visão, onde permaneceu até 1968 como repórter e redator. Entre 1963 e 1964, ganhou uma bolsa de estudos do World Press Institute, no Macalester College, Minnesota, EUA. De 1965 a 1967 esteve no México para montar a sucursal local da revista brasileira especializada Médico Moderno, período em que acumulou a função de correspondente da Visão.

De volta ao Brasil, passou por Folha de S.Paulo, Chefia do Departamento de Imprensa da Ford-Willys do Brasil, editor assistente de Veja e correspondente da revista no México. De lá seguiu para um ano em Portugal, também como correspondente.

Novamente no Brasil, em 1980, foi editor de Livros em Veja, Playboy e Nova, assessor de imprensa do então secretário da Justiça José Carlos Dias, repórter de Cultura e colunista de propaganda da Folha da Tarde. Paralelamente, em janeiro de 1980, fundou a Wladir Dupont Comunicações, empresa pela qual se dedicou a fazer traduções do inglês e do espanhol para o português, além de elaborar livros empresariais. Como escritor, é autor de doze livros institucionais, editados no Brasil e no México, e quinze traduções. Em 1994 ganhou o Prêmio Jabuti pelo primeiro livro de ensaios que traduziu de Octavio Paz, A outra voz.