O mercado de livros, excluindo as obras didáticas compradas pelo governo, fechou o ano passado com faturamento de R$ 3,8 bilhões, o que representa uma alta de de 5,9% em relação a 2012. Já o volume de livros vendidos cresceu em proporção menor, 4,1%.
Os dados referem-se às vendas das editoras para o varejo e fazem parte da pesquisa realizada anualmente pela Fipe a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato dos Editores de Livros (SNEL).
Considerando as compras de livros escolares realizadas pelo governo, o faturamento do setor salta para R$ 5,3 bilhões, o que representa um avanço de 7,52% e o volume de exemplares comercializados aumentou 10,36% para 479,9 milhões no ano passado.
Em relação aos e-books e aplicativos para celular, o faturamento aumentou 225% para R$ 12,7 milhões no ano passado. A maior parte desse valor vem de conteúdo on-line de obras gerais. Apesar da forte expansão, o conteúdo para e-books e aplicativos ainda tem pequena representatividade, cerca de 0,25% do faturamento do setor.
Preço médio
Um dos pontos que merecem destaque é o aumento de 14,6% no preço médio dos livros religiosos. Os preços de obras gerais (literatura e auto-ajuda, por exemplo) tiveram queda de 2,94% no mesmo período. No que diz respeito ao volume de exemplares vendidos, o movimento também foi oposto, ou seja, a quantidade de livros religiosos cresceu apenas 2,18% e a de obras gerais avançou 11,68%. Em 2012, a pesquisa havia apurado uma queda de 18% no volume de livros religiosos, segmento em que várias editoras têm apostado devido à forte demanda.
“Uma possibilidade para explicar esse desempenho é que muitas editoras não religiosas estão investindo nesse segmento. Mas acredito que todos os livros dessas editoras entram na categoria obra geral da pesquisa. Ao mesmo tempo, um livro não religioso de uma editora cristã será considerado religioso”, disse Carlo Carrenho, consultor da Publish News, site especializado no mercado editorial.
Por esse raciocínio, os livros do Padre Marcelo Rossi, da editora Globo, podem ser considerados obras gerais. O mesmo vale para a Saraiva, que tem a maior parte de seu acervo composto de obras didáticas, mas também tem títulos de literatura por meio de selos editoriais como a Benvirá.
O preço médio dos livros (escolares, obras gerais, religiosos e científicos) comercializados pelas editoras para o varejo teve um aumento de 1,7% no ano passado, segundo levantamento da Fipe. Já o preço dos livros nas livrarias e outras varejistas para o consumidor final fechou 2013 com aumento de 5,14%, de acordo com a inflação oficial (IPCA), medida pelo IBGE.
Os dados do IPCA mostram ainda que neste ano, principalmente entre abril e junho, os preços de livros estão em uma curva decrescente.
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Beth Koike, do Valor Econômico