“Me desculpe. Nossas intenções eram boas”, escreveu o programador Ethan Zuckerman na revista “The Atlantic”, sobre a criação dos odiados pop-ups.
Zuckerman trabalhava no serviço de hospedagem de sites Tripod.com nos anos 90, e a equipe se desdobrava para encontrar um modelo de negócio lucrativo. Logo concluiu que vender publicidade era o melhor jeito de pagar as contas. Porém, em certa ocasião, os executivos de uma indústria automobilística surtaram ao ver que haviam comprado um banner numa página que celebrava o sexo anal.
“Foi uma forma de associar um anúncio ao uso de uma página sem colocá-lo diretamente na página, pois os anunciantes se preocupavam com as implicações de uma associação entre sua marca e o conteúdo do site”, explicou Zuckerman, no artigo intitulado “O pecado original da internet”, no qual discute a publicidade como a fonte de recursos dos negócios na internet. “Escrevi o código para lançar uma janela na qual está o anúncio. Me desculpe. Nossas intenções eram boas.”
Zuckerman, que hoje é diretor do Centro de Mídia Cívica e pesquisador do Media Lab, ambos do Massachusetts Institute of Technology (MIT), avalia que não é tarde demais para um ajuste na forma como se bancam os sites, driblando a publicidade massiva. Ele aposta nos modelos de assinaturas ou de “micropagamentos” para os fornecedores de conteúdo. “Os usuários pagarão pelos serviços que amam”, argumenta.