A CPI da Corrupção na Petrobras do Senado recebeu um grande volume de combustível para tirá-la do marasmo e do lenga-lenga em que os governistas a mergulharam. O jornalão O Globo marcou um tento ao publicar a denúncia da movimentação patrimonial da presidenta da Petrobras, Graça Foster, e seu diretor Cerveró, no período em que a empresa sofreu um prejuízo de 1,4 milhão de dólares ao comprar uma petrolífera falida em Pasadena (EUA), em decisão assinada pela então presidenta do Conselho Deliberativo, Dilma Rousseff.
Essa movimentação não é apenas o sinal do esforço de Foster para ocultar irregularidades na Petrobras na gestão do PT, mas esconde a certeza de que a gestão da amiga na presidência da República sua impunidade é garantida. Porque nem ela nem Cerveró têm como justificar a origem do patrimônio. Caso se confirme o bloqueio patrimonial deles pelo Tribunal de Contas da União (TCU), uma investigação mais acurada pela CPI vai abalar a estrutura da campanha eleitoral de Dilma.
Tanto O Globo como outros meios de comunicação da grande mídia brasileira estão começando a se dar conta de que podem e devem prestar um relevante serviço ao país com a veiculação de informações capazes de subsidiar investigações pelos órgãos responsáveis pela fiscalização.
Isso é apenas um dos principais papéis da mídia.
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Reinaldo Cabral é jornalista e escritor