A Federazione Nationale della Stampa Italiana (FNSI), sindicato que representa os jornalistas italianos, anunciou uma série de paralisações nas próximas semanas depois que as editoras de jornais do país se recusaram a negociar a renovação de um contrato coletivo nacional. ‘A posição dos empregadores é incompreensível e chocante’, afirmou o secretário-geral do FNSI, Paolo Serventi-Longhi.
O sindicato tem tentado negociar com as publishers desde que o acordo expirou, em março de 2005. Na tentativa de estimular o diálogo, o Ministério do Emprego chegou a interferir com as duas partes, mas os empregadores se recusaram a conversar caso as negociações incluíssem questões relacionadas a trabalhadores freelance, flexibilidade e medidas de desemprego.
Evolução do setor
Segundo a FIEG, organização que representa as editoras, a indústria jornalística enfrenta hoje diversos desafios – como a convergência tecnológica e queda no número de leitores e receita. Por esta razão, ela respeitaria o acordo anterior, mas não aceita condições para um novo acordo. Entretanto, o sindicato dos jornalistas afirma que entre as propostas dos empregadores estariam a redução de salário em 30% e outros pontos que enfraqueceriam seriamente o acordo antigo.
A Federação Européia dos Jornalistas [26/9/06] expressou apoio ao sindicato. ‘O comportamento dos empregadores tem pouco a ver com a evolução do setor’, comentou o secretário-geral da Federação, Aidan White. ‘A tentativa de cortar cada vez mais os custos editoriais vai prejudicar a produção do jornalismo, levar a um declínio de qualidade e enfraquecer a capacidade dos jornais de sobreviver à crise atual. Empregadores de mídia europeus que tentarem driblar acordos coletivos oferecendo contratos curtos e precários para jornalistas farão um sério mal ao setor’, completou.
As paralisações estão planejadas para os dias 29 e 30/9 em veículos de imprensa escrita e online, 5 e 6/10 em jornais diários, 6 e 7/10 em toda a mídia e 24 e 25/10 em veículos de rádio e TV.