O Facebook anunciou, no blog oficial da empresa, uma mudança em seu algoritmo que determina o que as pessoas veem em seus feeds. A partir de agora, a rede social vai priorizar notícias mais recentes e dar mais espaço a postagens que contenham links, o que por sua vez deve reduzir a disseminação de spams e de imagens sem informações relevantes.
O novo algoritmo também vai se basear nas “curtidas” e comentários dos usuários para reorganizar o feed. Se uma pessoa interage com uma postagem no ato de sua publicação, por exemplo, supõe-se que aquele conteúdo se revelou mais interessante no momento em que foi publicado do que numa data posterior. De acordo com os engenheiros de software Erich Owens e David Vickrey, baseado neste sinal, é mais provável que tal postagem apareça no alto do feed no momento em que foi publicada, mas que vá caindo de posição com o passar do tempo. Isto evitará que o usuário fique vendo postagens sobre eventos que já terminaram (se um amigo comenta a transmissão do Oscar na TV, por exemplo, só faz sentido acompanhar aquela postagem enquanto o programa está no ar, e não dias depois).
A atitude é, em parte, uma reação às recentes críticas que o Facebook recebeu ao não destacar os protestos ocorridos na cidade americana de Ferguson após a morte do jovem Michael Brown, baleado por um policial. O assunto foi trending topic no Twitter, mas quase não apareceu no Facebook.
Interesses comerciais
De acordo com o Facebook, seu usuário médio entra em contato com cerca de 1.500 postagens em seu feed de notícias diariamente, e a filtragem existe para que não haja saturação e ele possa acompanhar melhor o que é publicado; normalmente, o algoritmo prioriza cerca de 300 publicações.
No entanto, a filtragem muitas vezes provoca polêmica: em junho de 2014, por exemplo, o Facebook recebeu diversas críticas por ter manipulado o feed de cerca de 700 mil usuários para realizar uma pesquisa sobre como as redes sociais afetam as emoções.
Muitas empresas também se queixaram por ter seus posts filtrados nos feeds dos usuários. Por exemplo: se uma fanpage tem 200 mil adeptos, nem todos estes 200 mil verão tudo o que for publicado. A única maneira de aumentar o alcance das postagens, para este tipo de perfil empresarial, é mediante pagamento.
O Facebook, no entanto, argumenta que todas as alterações em seus algoritmos são feitas com base nos interesses dos usuários, e não em interesses comerciais.