Em setembro de 2014, o Google notificou o The New York Times para que os links para cinco artigos fossem removidos de alguns dos resultados de pesquisa das versões europeias de seu motor de busca a fim de cumprir as exigências europeias referentes ao “direito de ser esquecido”.
Dos cinco artigos, três eram intensamente pessoais: dois anúncios do casamento datados de 2011 e um breve anúncio pago referente a um falecimento ocorrido em 2001 Presumivelmente, as pessoas envolvidas tinham razões particulares para solicitar a ocultação do material.
Por uma questão de política, o Google não revela quem solicitou a remoção do material a ser protegido, ou mesmo os termos de pesquisa que levariam aos artigos retirados. No entanto, sabe-se que os referidos artigos estão relacionados a pessoas na Europa.
Já os outros dois artigos do Times tinham menos a ver com pessoais e mais com reputação. E este fator representa uma preocupação e uma grande diferença na forma como a Europa e os Estados Unidos regulamentam as informações apresentadas online.
Liberdade de expressão x privacidade
Ao contrário dos Estados Unidos, onde a liberdade de expressão é um direito fundamental que se sobrepõe a outros interesses, a Europa enxerga a privacidade do indivíduo e a liberdade de expressão como direitos quase equivalentes.
Desde maio, quando a corte europeia tomou sua decisão inicial sobre “o direito de ser esquecido”, o Google recebeu cerca de 140 mil pedidos de privacidade relacionados a mais de 500 mil links na internet. Até agora, cerca de metade dos pedidos foram aprovados. A maior parte, no entanto, não envolve sites de notícias.
Em maio deste ano o Google chegou a remover alguns links de reportagens do britânico The Guardian, no entanto o jornal contestou e o Google recuou em sua decisão.