Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Censura nas redes sociais sobre protestos em Hong Kong

Nas últimas semanas protestos tomaram conta de Hong Kong com milhares de manifestantes não apenas ocupando as ruas para exigir uma reforma democrática, como também publicando mensagens em redes sociais para relatar suas experiências.

No entanto, pelo menos na internet, a censura se fez presente. O Weibo, rede social chinesa similar ao Twitter, está sendo vigiada e controlada de perto pelos censores locais a fim de evitar qualquer referência aos protestos.

Em 28 de setembro de 2014, por exemplo, um dos dias mais tumultuados das manifestações até então, cerca de 15 em cada mil posts foram deletados, mais do que cinco vezes o nível normal. Foram deletadas principalmente postagens com os termos “polícia de Hong Kong” e com a hashtag #HongKong.

Censura monitorada

A censura na internet chinesa é monitorada pelo FreeWeibo, site desenvolvido pela GreatFire.org, que em geral captura boa parte dos posts antes que estes sejam deletados. Curiosamente, a maior parte das mensagens apagadas tinham sido redigidas por usuários comuns: em geral pessoas sem nenhuma ligação real com os temas dos protestos, que apenas reclamavam do trânsito causado pelas manifestações ou de situações cotidianas.

Outras, porém, protestavam abertamente na rede. Um post deletado dizia: “Quem obstruir a decisão de Hong Kong entrará para a história como vilão”. Já outro post foi um pouco mais sútil: “As ruas de Hong Kong estão mesmo muito limpas”, dizia, juntamente a uma foto de manifestantes dormindo nas ruas. Outros conseguiram furar a censura postando fotos antigas de Xi Jinping, presidente do país e principal membro do Secretariado do Partido Comunista Chinês, carregando um guarda-chuva, símbolo dos protestos – que está sendo chamado de “revolução dos guarda-chuvas”.

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