Friday, 08 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1313

Uma alternativa aos barões da mídia

Em um país onde 200 milhões de pessoas convivem numa espécie de caldeirão multiétnico e meia dúzia de famílias responde pelos principais veículos de comunicação dessa nação, uma questão nos faz pensar de maneira urgente: a necessidade de uma imprensa realmente alternativa no Brasil.

Há muito sitiado pelo poderio hegemônico da grande mídia, o jornalismo se vê refém de seus patrões e vassalo do protetorado burguês; não é de se estranhar que tantos carros de reportagem tenham sido incendiados em meio aos protestos de junho de 2013. O descontentamento aflui no subconsciente da massa. Onde se viam os profissionais de uma grande emissora de TV, lá estavam os manifestantes em estado de euforia e regozijo.

Não há dúvidas, o espaço jornalístico precisa ser oxigenado e tomar uma dose cavalar de moral. Para tanto, não há como esperar a boa vontade do patronato. A imprensa alternativa deve ser mais participativa e renascer deste cenário sitiado pela desinformação ideológica dos grandes conglomerados de comunicação. A imprensa alternativa tem por obrigação não somente ouvir o lado contrário, como também combater de maneira veemente discursos “intelectualoides” que afloram em certas publicações envernizadas e obtusas.

Como em um romance distópico, hoje presenciamos a desmesurada desigualdade imposta pelos barões da mídia em seus regimes ditatoriais particulares. Esse fato é uma clara demonstração de sua parcela fascista escancarada nas telas, no rádio e nas páginas impressas. Nossa imprensa alternativa, que já foi profícua em tempos não muito distantes, se vê enjaulada em pequenos redutos e sufocada pela falta de apoio financeiro. Entretanto, uma luz se delineia no fim do túnel: a internet, com o auxílio de seus blogs e redes sociais, pode mudar esse contexto, pois como já dizia Trotsky, “as revoluções são impossíveis até que se tornem inevitáveis”.

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Ronaldo Santos Lages é estudante de Jornalismo