Tuesday, 19 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Será o ‘iTunes do jornalismo’ um sucesso internacional?

Uma iniciativa holandesa, que se descreve como o “iTunes do jornalismo” e já possui 130 mil usuários registrados, recentemente recebeu investimentos de 3 milhões de euros (cerca de R$ 9,5 milhões) vindos de gigantes da imprensa, como o “The New York Times” e o tabloide alemão “Bild”.

Chamado de Blendle, o aplicativo foi lançado seis meses atrás e mudou a maneira como as notícias são consumidas na Holanda. Na loja digital, é possível buscar em jornais nacionais e estrangeiros artigos individuais e adquiri-los por apenas 20 centavos (em torno de R$ 0,60)

Os fundadores Alexander Klopping e Marten Blankesteijn, ambos ex-jornalistas de 27 anos, tinham o objetivo de tornar a compra de textos jornalísticos algo tão fácil quanto baixar uma música.

“Eu amo longas reportagens e existem revistas que nunca pude ler, mas agora posso facilmente procurar e ler um artigo que me interessa entre diversas revistas. Nós queríamos que fosse extremamente fácil encontrar e comprar artigos, especialmente para os mais jovens”, disse Klopping.

Boa parte do sucesso é atribuída à cultura jornalística da Holanda. Antes do Blendle “havia uma grande barreira entre o jornalismo impresso e digital”, disse Klopping. Assim, anteriormente não era possível ler qualquer notícia na internet sem assinar um dos jornais, o que também dificultava o compartilhamento dos artigos nas redes sociais.

Agora, com o Blendle, usuários podem encontrar qualquer artigo publicado em qualquer um dos jornais holandeses em um único aplicativo e comprá-lo com um único clique. Se você não gostar do que leu, pode receber seu dinheiro de volta. Os jornais ficam com 70% do lucro e o Blendle, com os outros 30%.

Klopping está convencido de que esta é uma maneira de monetizar o jornalismo impresso e chama o Blendle de “laboratório para a distribuição jornalística”, que conta hoje com 25 funcionários.

O Blendle tem grandes ambições e já planeja se expandir para outros países europeus com mercados jornalísticos parecidos. Com o recente investimento milionário de gigantes do setor, a empresa pode dar um grande salto no futuro. É coisa de se observar.

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Aisha Gani, do Guardian