Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Facebook cede a pressões do Kremlin

O Facebook foi criticado por ter cedido às exigências do Kremlin de bloquear o anúncio de uma manifestação contra o governo, marcada para janeiro, feito por um líder político de oposição russo. O advogado Alexei Navalny, crítico feroz do presidente Vladimir Putin, deve comparecer no dia 15/1 perante um tribunal e enfrenta acusações de fraude que podem condená-lo a 10 anos de cadeia. O órgão regulador da internet da Federação Russa, Roskomnadzor, informou que a página foi bloqueada por ordem do promotor-geral [equivalente ao Ministério Público], medida que, segundo Michael McFaul, ex-embaixador norte-americano em Moscou, é “ruim para os negócios”.

Desde a tarde do dia 21/12, antes que a página do evento tivesse seu acesso bloqueado aos usuários na Rússia, cerca de 12 mil pessoas haviam confirmado o comparecimento à manifestação na Praça Manezhnaya. O acesso à página ainda é possível fora da Rússia.

Pedidos para limitar conteúdo

Uma reportagem da emissora russa Rain citou fontes que diziam que o Facebook havia decidido não voltar a bloquear o conteúdo ou a página de quaisquer futuros protestos devido à onda de críticas que recebera. A mesma reportagem disse que o Twitter também havia decidido que não iria obedecer a pedidos de remoção de páginas feitos pelo Roskomnadzor.

Nos primeiros seis meses de 2014, o Facebook acatou 29 pedidos do governo russo para limitar conteúdo que entrasse em choque com a legislação local, assim como proibiu a promoção de “atividades extremistas e imagens de uso de drogas e automutilação”. Em 2013, foram aplicadas restrições em apenas quatro ocasiões. Entre os meses de janeiro e junho de 2014, as autoridades russas fizeram 32 pedidos de remoção de conteúdo ao Twitter. Foram suspensas oito contas e 11 tuítesem consequência desses pedidos.