Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Universal e Havas fazem parceria

O Universal Music Group, da Vivendi, e o grupo de publicidade Havas uniram forças na esperança de elevar a receita gerada pelos intérpretes via “mineração de dados” [cruzamento de informações de determinada base para fazer uma oferta personalizada a um cliente, por exemplo], numa época de queda das vendas de discos e de gravações digitais.

A parceria, batizada de Global Music Data Alliance, pretende associar o know­ how da Havas, sediada em Paris, em comportamento do consumidor on­line ao enorme catálogo de intérpretes de gravações fonográficas da Universal Music para comercializá­las de maneira mais eficiente.

As vendas de downloads de gravações caíram no Reino Unido e nos Estados Unidos em 2014, uma vez que os consumidores trocaram a compra de canções on­line pelo uso de serviços de streaming, como o Spotify. Os músicos reclamam que os serviços de streaming não pagam o suficiente para compensar a facilidade e rapidez pela qual os consumidores adquirem suas canções preferidas.

A parceria, anunciada ontem em Las Vegas, tem todos os traços principais da participação de Vincent Bolloré, o bilionário industrial francês e ocasional articulador de tomadas de controle agressivas de empresas que se tornou, em 2014, presidente do conselho de administração da Vivendi. Em outubro, Bolloré, o maior acionista da Vivendi, lançou uma oferta de troca de ações por meio de seu Bolloré Group para conquistar o controle majoritário da Havas, na qual ele já era o maior investidor. Na época, a medida foi vista como uma forma de aproximar mais as participações de Bolloré no grupo de mídia Vivendi e na Havas, onde Yannick Bolloré, seu filho, é o principal executivo.

A Universal Music e a Havas afirmaram que a parceria associa os dados proprietários da Universal sobre seus intérpretes a informações comportamentais do consumidor “para dar margem a uma maior compreensão da correlação entre intérpretes, aficionados de músicas e bandas”.

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Adam Thomson, do Financial Times, em Paris